Greve reduz produção de petróleo no país em 5%
Em comunicado, Petrobras disse que produção de gás natural foi diminuída em 1,5 milhão de metros cúbicos por dia, ou 3% da disponibilidade do mercado
A greve dos trabalhadores da Petrobras reduz, desde o dia 9 de novembro, a produção de petróleo no Brasil em cerca de 100 mil barris por dia, ou 5% da extração da companhia no país, informou a estatal nesta terça-feira. Já a produção de gás natural foi diminuída em 1,5 milhão de metros cúbicos por dia, ou 3% da disponibilidade do mercado.
A companhia lembrou que dez dos 17 sindicatos de trabalhadores aceitaram a proposta da empresa e comunicaram o encerramento da greve em suas respectivas bases. Porém, ainda há registro de paralisação em algumas unidades, especialmente na Bacia de Campos, que responde pela maior parte da extração no Brasil. Apesar da greve, não há impactos no abastecimento do mercado.
Na sexta, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) recomendou aos seus sindicatos que encerrassem o movimento, após acatar as propostas apresentadas pela estatal. Em seguida, os sindicatos afiliados realizaram assembleias para votar se seguiriam a indicação da FUP.
A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), entidade dissidente de menor abrangência, decidiu não aceitar as propostas da Petrobras e indicou a continuidade das paralisações até esta quarta-feira, quando novas assembleias serão realizadas em seus sindicatos.
A Petrobras propôs reajustar os salários dos empregados em 9,53% e manter os benefícios trabalhistas previstos no acordo de 2014. No entanto, informou que não vai pagar os salários relativos à metade do período da greve. A FNP quer um reajuste maior, de 18%, e não aceitou o corte de pagamentos.
Sindicatos de dois Estados ligados – Espírito Santo e Minas Gerais -, além dos da Bacia de Campos, ligados à FUP, decidiram manter a greve, até que a empresa concorde em não descontar salários por parte dos dias parados.
Outra reivindicação dos petroleiros era a retomada dos investimentos e a suspensão do plano de venda de ativos. A estatal mantém o programa de desinvestimentos e promove cortes de gastos, mas aceitou formar um grupo técnico do qual os sindicalistas farão parte para elaborar um estudo a ser entregue ao governo federal e à diretoria da empresa. O estudo deve ser concluído em 60 dias.
Leia mais:
Arrecadação tem pior outubro desde 2009
Comissão do orçamento aprova alteração da meta fiscal de 2015
(Com agências Reuters e Estadão Conteúdo)