Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Greve de caminhoneiros ameaça abastecimento de produtos no varejo

Bloqueios afetam transporte de aves e suínos vivos, ração e cargas refrigeradas destinadas ao abastecimento interno e internacional

Por Gilmara Santos
Atualizado em 4 jun 2024, 17h13 - Publicado em 22 Maio 2018, 15h17

O segundo dia de greve dos caminhoneiros autônomos que protestam contra o aumento do preço dos combustíveis está preocupando empresários de diversos setores e pode levar ao desabastecimentos de alguns produtos no varejo, especialmente os ligados ao segmento de alimentos.

“Os bloqueios impedem o transporte de aves e suínos vivos, ração e cargas refrigeradas destinadas ao abastecimento das gôndolas no Brasil ou para exportações”, diz a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “A continuar este quadro, há risco de falta de produtos para o consumidor brasileiro”, avisa a entidade.

De acordo com a associação, animais poderão morrer no campo com a falta de insumos. “Já temos relatos de unidades produtoras com turnos de abate suspenso. Contratos de exportação poderão ser perdidos e há um forte aumento de custos logísticos com reprogramação de embarque de cargas. Os prejuízos para o setor produtivo e para o país são incalculáveis”, diz a ABPA ao afirmar que apoia as motivações da paralisação, mas entende que o movimento deve preservar o fluxo dos alimentos e dos insumos para a produção.

A Associação Brasileira de Criadores (ABC) também considera que a greve constitui um grande problema para o agronegócio brasileiro. “No setor da pecuária de leite é gravíssimo, sobretudo no transporte de laticínios. Na pecuária de corte é também muito crítico em relação aos animais que vão para o abate. O problema se agravará se houver demora para uma solução, gerando desabastecimento e também o aumento nos preços”, alerta o presidente da ABC, Luiz Alberto Moreira Ferreira.

A Lacticínios Tirol é uma das empresas que já sentem o reflexo da paralisação. “Nesta segunda-feira, reduzimos o nosso faturamento diário em 70% porque não conseguimos levar o leite para a produção. Hoje (terça-feira), não carregamos nada”, diz o diretor de mercado da empresa, Edson Martins.

Continua após a publicidade

De acordo com ele, o leite está sendo retirado dos produtores e levado para o posto de resfriamento da empresa. No entanto, esse produto precisa ser processado em até 48 horas para não perder a qualidade.

“A greve é legítima e o governo precisa fazer a sua parte e negociar com a categoria, porque ela traz prejuízos enormes para toda a cadeia leiteira, desde a captação junto aos produtores até a entrega nas unidades fabris”, afirma.

O executivo comenta que a empresa tem cerca de quarenta caminhões com produtos parados nas estradas. “Produzimos mais de 200 itens e tivemos que suspender a fabricação de quase toda a produção. Apenas produtos com validade maior, como o leite em pó, continuam sendo processados”, conta Martins ao afirmar que, se a greve durar muitos dias, o reflexo será de desabastecimento e aumento de preços ao consumidor final.

Continua após a publicidade

O presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar, comenta que os portos têm entre três e cinco dias de estoques de grão e farelo de soja para a exportação. “Se passar desse tempo, pode comprometer as vendas ao exterior”, diz. 

Além disso, ele conta que a estrutura para armazenagem de farelo e óleo de soja é menor do que para o grão, o que está levando muitas fábricas a reduzirem ou até mesmo pararem a produção.

Considerando o que foi exportado até o dia 18 de maio, a entidade calcula que cerca de 320.000 toneladas entre grãos e farelos deixarão de ser exportadas diariamente.

Continua após a publicidade

De acordo com Nassar, as empresas do setor estão pagando de janeiro para maio 15% a mais pelo frete, enquanto o preço do diesel teve alta de 12% no período.

Para o professor de economia do Ibmec/SP, Walter Franco, a paralisação tem forte impacto econômico e político. “Além das questões financeiras, a greve passa um recado da importância de se olhar para a economia com cuidado e os sucessivos aumentos de preços nos combustíveis têm reflexo direto sobre todos os setores”, finaliza.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.