Gregos vão às ruas em apoio ao governo nas negociações
Cerca de 7 mil manifestantes se reuniram em frente ao Parlamento para pedir o fim das medidas de austeridade e criticar os credores internacionais
Milhares de pessoas fora às ruas de Atenas na noite desta quarta-feira para pedir o “fim dos sacrifícios” e demonstrar apoio ao governo em meio às duras negociações da Grécia com os credores internacionais. A manifestação reuniu cerca de 7 mil pessoas – de acordo com a polícia – na praça Sintagma, localizada no centro da capital grega e em frente ao Parlamento.
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A Grécia está a caminho de deixar de pagar 1,6 bilhão de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) no dia 30 de junho. O calote pode ser evitado caso os credores (União Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu) liberem um pacote de socorro externo no valor de 7,2 bilhões de euros. Para isso, no entanto, eles exigem que o governo implemente mais medidas de austeridade – rejeitadas pelo premiê Alexis Tsipras.
Protesto – Com faixas em inglês e em grego com dizeres como “Pelo fim da austeridade, apoiem a Grécia, mudem a Europa” e “Democracia, e não chantagem”, os manifestantes se reuniram pacificamente, atendendo a uma convocação nas redes sociais. Vários membros do governo de Tsipras compareceram ao ato, que também teve a presença da presidente do Parlamento, Zoé Konstantopoulou, que ganhou popularidade ao adotar medidas revanchistas contra os credores – como o pedido de indenização contra a Alemanha pelos crimes cometidos na II Guerra Mundial.
O ministro do Interior, Nikos Voutsis, agradeceu o apoio e afirmou que o governo busca um acordo “em favor do povo”.
Entre os manifestantes, o aposentado Stelios Vitzileos, de 82 anos, criticou a postura dos credores nas negociações. “Queremos continuar na Europa, mas, infelizmente, do jeito que eles nos pressionam, é como se nos dissessem para ir embora”, lamentou. Segurando um cartaz contra “a chantagem dos credores”, a professora Niki Illiaveri, de 56, disse apoiar o governo, “porque ele defende nossa dignidade”. “Se a negociação fracassar, não será sua culpa”, declarou.
(Com agência France-Presse)