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Governo não busca câmbio de R$ 1,70 ou R$ 1,80

Por Da Redação
1 mar 2012, 11h51

Por Fernando Nakagawa, Adriana Fernandes e Renata Veríssimo

Brasília (AE) – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quinta-feira, 1, que “não existe patamar ideal para o câmbio”. “O que sabemos é que câmbio a R$ 1,50 ou R$ 1,60 é ruim para a economia brasileira, é ruim para a indústria e para as exportações. É claro que R$ 1,80 é melhor que R$ 1,50”, disse Mantega, ao comentar as mudanças sobre a incidência de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para empréstimos no exterior. Apesar de afirmar que o patamar mais elevado é melhor para a economia brasileira, o ministro da Fazenda disse que o governo “não está buscando R$ 1,80, nem R$ 1,70”. “Gostamos da mobilidade do câmbio flutuante”, comentou.

O ministro destacou que as recentes medidas adotadas pela equipe econômica geraram imprevisibilidade no mercado de câmbio, o que é positivo. “Antigamente, o investidor ou o especulador tinha certeza que o real ia se valorizar. Ao fazer essa aposta, ele reforçava a tendência de valorização. Agora, nem sempre há essa tendência. Tem dia que o investidor ganha, tem dia que perde”, disse. “Temos feito intervenções que são eficazes. Aí, o investidor pensa duas vezes antes de apostar”.

Em relação à hipótese de o Fundo Soberano do Brasil (FSB) comprar dólares, Mantega afirmou que o fundo “tem essa prerrogativa e o caixa do Tesouro Nacional para comprar recursos”. “Se necessário for, poremos o FSB também para comprar dólar. Por enquanto, o BC está fazendo isso e está sendo suficiente”, disse.

Isenção

Mantega explicou que a isenção de IOF nas liquidações de operações de câmbio contratadas por investidor estrangeiro em certificado de depósito de valores mobiliários (Brazilian Depositary Receipts – BDR) foi uma correção porque outras operações em bolsa já estavam isentas. “O mercado de capitais é positivo para o financiamento barato das empresas”, afirmou.

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Segundo ele, as empresas devem abrir seu capital e captar recursos vendendo ações em bolsa. Ele disse a taxação que havia no passado ocorria porque o governo temia uma triangulação, com a entrada dos recursos via bolsa e, depois, com a migração para a renda fixa. Mantega disse que a bolsa tem atraído investimentos para a produção.

Emissão no exterior

O ministro ainda disse que a emissão de títulos em real no exterior é “interessante” para o governo brasileiro. “É interessante porque, ao invés de trazer o dólar aqui dentro, o investidor compra o título lá fora e não traz o recurso”, disse o ministro ao apresentar o aumento do IOF para empréstimos contraídos no exterior em até três anos.

Apesar de citar que o instrumento é positivo, o ministro da Fazenda disse que “no momento, não está previsto”. “Mas, se estivesse, eu não poderia dizer”, disse o ministro. “Ao longo do tempo, faremos emissões em dólares para dar alternativas para quem quer entrar aqui”, explicou.

Investidores externos

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O ministro comentou a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de dar mais liquidez ao mercado. Segundo ele, esta é a mesma estratégia que já foi adotada pelo banco central norte-americano (FED). “Vai sobrar liquidez”, afirmou. Mantega disse que os bancos europeus não confiam uns nos outros e precisam aplicar os recursos. Como não estão emprestando para investidores e consumidores locais, por causa da retração econômica, precisam aplicar os recursos em países emergentes sólidos, como o Brasil. “Então uma parte do dinheiro escorrega para fora (da União Europeia)”, disse.

O ministro garantiu, no entanto, que o Brasil tem como conter este movimento em busca de mais rentabilidade. “Desde que o governo começou a adotar medidas, tirando a rentabilidade dos investimentos, o entusiasmo (pelo Brasil) ficou menor”, afirmou. Ele lembrou que, nos primeiros três meses de 2011, o fluxo financeiro foi de US$ 35 bilhões. “Teve entusiasmo demasiado”, disse. O ministro disse que este ano não começou “tão entusiasmado como no ano passado”, mas ainda assim o governo foi obrigado a conter “este entusiasmo”.

Crise no BB e Dilma

Mantega admitiu que a crise na gestão do Banco do Brasil e da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do banco estatal, “pode prejudicar” o funcionamento das duas casas e que “tem que acabar”. Ao comentar que a crise tem origem em “fofocas”, ele afirmou que a presidente Dilma Rousseff não exigiu a saída de executivos das instituições.

“A presidente Dilma não pediu para fazer nenhuma demissão. Essa crise é de fofocas porque, de fato, as duas instituições estão funcionando muito bem. Isso é que é importante para o governo”, disse o ministro. “Mas, enfim, vamos ter de lidar com isso. Essa situação tem que acabar. Porque pode prejudicar. O governo não quer que a situação atrapalhe as instituições”, argumentou.

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Apesar da situação, o ministro chamou atenção para o fato de que o BB segue com “desempenho excelente” e tem apresentado resultados positivos, como o aumento do crédito e a redução dos juros, e segue com “a rentabilidade elevada”. “E a Previ também está cumprindo o seu papel”.

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