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Governo deve enviar projeto de lei que propõe reoneração gradual

Na proposta retirada da MP, governo previa alíquota reduzida da contribuição patronal do INSS para valores até um salário mínimo

Por Larissa Quintino Atualizado em 28 fev 2024, 10h32 - Publicado em 28 fev 2024, 10h06

A revogação do trecho de uma medida provisória que propunha a reoneração da folha de pagamento foi publicada nesta quarta-feira, 28, no Diário Oficial da União. Porém, o imbróglio sobre desonerar ou reonerar dezessete setores da economia que contam com o benefício tributário está longe de acabar. Isso porque o governo, em acordo com parlamentares, acertou de enviar um projeto de lei tratando da reoneração. Ou seja, houve um recuo pontual, mas o tema não saiu da agenda do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O projeto de lei deve vir como a resolução que estava na MP: as empresas dos dezessete setores hoje beneficiados pela isenção dos encargos trabalhistas na folha de pagamento passem a pagar o imposto de uma maneira gradual.

A ideia é que o valor devido de INSS pelo salário de todos os empregados formais dessas empresas seja reduzido para os valores de até um salário mínimo (1.412 reais em 2024). Ou seja: para aqueles que ganham até um salário mínimo, a contribuição do INSS a ser paga pela empresa será reduzida ou isenta. Para aqueles que ganham acima disto, o imposto cheio será aplicado para os valores que passarem dos 1.412 reais.

Originalmente, as empresas são obrigadas a pagar 20% de INSS sobre os salários de seus empregados com registro em carteira. Este valor pode ficar isento, ou ser reduzido para percentuais menores, de 10% a 15%, para a parte dos salários que for inferior ao salário mínimo, pela nova proposta do governo.

Desde 2012, a desoneração da folha substitui essa contribuição de 20% por alíquotas que variam entre 1% a 4,5% sobre a receita bruta. A proposta do governo é reonerar os setores. Neste caso, a alíquota passaria a ser entre 10% e 15% sobre até um salário mínimo, podendo voltar aos níveis antigos em quatro anos para alguns setores.

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Os dezessete setores em questão são: confecção e vestuário, calçados, construção civil, call center, comunicação, empresas de construção e obras de infraestrutura, couro, fabricação de veículos e carroçarias, máquinas e equipamentos, proteína animal, têxtil, TI (tecnologia da informação), TIC (tecnologia de comunicação), projeto de circuitos integrados, transporte metroferroviário de passageiros, transporte rodoviário coletivo e transporte rodoviário de cargas. A estimativa é que esses setores, juntos, empeguem 9 milhões de pessoas no país.

Acordo

A assinatura da retirada da reoneração da MP foi fruto de uma longa negociação entre o executivo e o legislativo, em especial entre Haddad e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Em outubro, os parlamentares haviam aprovado a continuação da desoneração até 2027, a contragosto do executivo. O governo vetou, o Congresso derrubou. Foi então que a equipe econômica tratou o tema por Medida Provisória no final do ano com a reoneração gradual.

Logo que foi publicado, em 28 de dezembro, parlamentares pressionaram Pacheco pela devolução. Durante o recesso parlamentar, ele e Haddad costuraram a saída sobre o envio da MP. Em janeiro, durante evento promovido por VEJA e Lide na Suíça, Pacheco havia afirmado que o acordo seria justamente esse: a derrubada da reoneração da MP e o envio de um projeto de lei para tratar do assunto.

A reoneração da folha tem um viés fiscal, no esforço da Fazenda de cumprir as metas de resultado primário propostas no arcabouço.

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