Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Governo credita ao sucesso do auxílio emergencial a sustentação do PIB

Programa para manter a renda da população e quarentena heterodoxa durante a pandemia encurtaram a piora da economia, na visão do Ministério da Economia

Por Larissa Quintino Atualizado em 15 jul 2020, 12h52 - Publicado em 15 jul 2020, 12h28

Sinais positivos vindo de indicadores econômicos após o mês de abril fizeram com que o Governo Federal mantenha em 4,7% a previsão de queda do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Apesar de admitir que o prolongamento do distanciamento social e a forma heterogênea a que estados e municípios adotam as medidas de isolamento atrapalham a retomada prevista, o Ministério da Economia considera que as medidas emergenciais tomadas pelo governo, como o auxílio emergencial, foram fundamentais para sustentar a economia no período mais agudo da crise e segurar a piora nas projeções.

Na estimativa anterior, de maio, a equipe econômica fazia ressalva que o tombo levava em conta a reabertura de todas as atividades do país em junho, o que não necessariamente ocorreu. Porém, a pasta bate na tecla de que, por mais fundamental que seja, o auxílio emergencial é temporário e, após a pandemia, será necessário retomar reformas. Além dessa agenda, nos planos de Paulo Guedes desde o dia zero do governo Bolsonaro, o redesenho de políticas de proteção social e emprego ganharam espaço fundamental na política econômica do governo.

“Um dos aspectos que tem sido fundamental para a resiliência da economia neste período são as políticas de proteção social. Mesmo diante da perda substancial de empregos e redução de salários, as políticas adotadas elevaram a massa salarial ampliada no período, o que, além de proteger os mais vulneráveis, têm sido importantes para garantir demanda a diversas firmas e setores durante esse período, minimizando o risco de falência”, afirmou a Secretaria de Política Econômica em relatório.

No Boletim Macrofiscal, apresentado nesta quarta-feira, 15, o Ministério da Economia não economiza nos elogios ao Auxílio Emergencial, ressaltando que cerca de 93% dos domicílios mais pobres do país que receberam o auxílio ficaram acima da linha da pobreza. Porém, o impacto fiscal do programa, estimado em 254 bilhões para o pagamento de cinco parcelas, torna inviável que a política se torne transparente. O ministério afirma que é necessário um redesenho da política de proteção social, que traga “em primeiro lugar, o respeito aos fundamentos fiscais do governo”. Foco a populações mais necessitadas, em especial crianças e combate a desigualdade são pilares de um novo desenho. “Tudo isso baseado na premissa de que a austeridade fiscal é condição necessária para o sucesso de médio e longo prazos da estratégia.”

Continua após a publicidade

Segundo a secretaria, além do auxílio emergencial, o BEM, benefício pago a trabalhadores que tiveram contratos reduzidos ou suspensos e a antecipação de 13º salário para aposentados, além da nova rodada de saque emergencial do FGTS, fez com que diversos setores se adaptassem para sobreviver durante a crise.

A luz na discussão sobre renda mínima tem como propostas a estruturação um benefício a famílias com filhos entre zero e 6 anos, que seria viabilizado pelo fim das deduções com gastos de saúde e por dependentes no imposto de renda, além da tributação sobre a distribuição de dividendos. Essa linha é defendida por acadêmicos e conta com simpatia do Congresso Nacional. Há uma outra ideia, defendida por Paulo Guedes, que visa a unificação de programas sociais, utilizando a base do Bolsa Família, e que pagaria uma renda básica aos mais pobres. O chamado Renda Brasil bancaria o benefício com o chamado imposto negativo. Quem ganha muito pouco recebe um complemento de renda custeado por quem ganha muito, contribuinte que deixa de obter restituições tão generosas. O imposto negativo, nesses moldes, levaria a uma distribuição de renda mais eficiente e com um processo desburocratizado. O grande desafio visto por economistas nesse modelo é que ele precisa ser acompanhado de uma profunda reforma tributária e da revisão do sistema previdenciário para sair do papel.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.