O gabinete do governo da Alemanha aprovou sua contribuição, de 22,4 bilhões de euros ao longo de três anos, ao pacote de ajuda de 110 bilhões de euros à Grécia, informou a BBC. A medida havia sido acertada neste final de semana pelos países da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O parlamento alemão, que ainda precisa ratificar o socorro, disse que está disposto a fazê-lo ainda nesta semana. A ajuda deve sair apesar da enorme oposição pública na Alemanha a uma assistência à economia grega. O país ficará responsável por praticamente 30% dos 80 bilhões de euros que sairão de empréstimos bilaterais dos governos da eurozona.
Austeridade � A aprovação do pacote de ajuda foi fechado somente após Atenas concordar com drásticas medidas de austeridade. O governo local comprometeu-se a reduzir seu explosivo déficit público, hoje em torno de 14% do Produto Interno Bruto (PIB), para cerca de 3% até o final de 2014.
As medidas de austeridade incluem a redução de salários e aposentadorias para funcionários públicos e um aumento do IVA. “São sacrifícios duros, mas necessários para evitar que a Grécia quebre”, disse o premier grego, George Papandreou. As medidas representarão uma economia “de 30 bilhões de euros em três anos”, além dos 4,8 bilhões de euros já anunciados para 2010, explicou o ministro grego das Finanças, George Papaconstantinou.
Para 2010, os europeus liberarão 30 bilhões de euros e o FMI, outros 15 bilhões, e o dinheiro começará a entrar antes de 19 de maio, quando a Grécia deverá honrar 9 bilhões de euros de sua dívida.
Os ministros de Finanças da zona do euro vão analisar de que maneira os bancos de seus respectivos países poderão realizar contribuições “voluntárias” para este esforço, disse o chefe do grupo, Jean-Claude Juncker.
“Todos os ministros estão de acordo em examinar junto aos representantes do setor bancário de seus países que tipo de contribuições voluntárias” podem oferecer à Grécia.
A iniciativa é liderada por Berlim, que tenta atualmente convencer as entidades bancárias alemãs a investir na dívida grega, algo que poderia contribuir para estabilizar os mercados.
A chanceler Ângela Merkel declarou que o pacote era �a única maneira de assegurar a estabilidade do euro�.
O objetivo do socorro à economia grega é duplo: evitar a quebra do país, asfixiado por uma dívida que supera os 300 bilhões de euros e incapaz de enfrentar as taxas de juros do mercado; e devolver a estabilidade à Eurozona.