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Gigantes do setor de carnes, BRF e Marfrig negociam fusão de R$ 28 bi

As empresas definiram período até 120 dias para discussões, com o objetivo de formar um dos maiores grupos do mundo no setor

Por Reuters 31 Maio 2019, 03h23

A BRF e a Marfrig anunciaram, nesta quinta-feira 30, o início de discussões para uma possível fusão, abrindo caminho para formar um dos maiores grupos de carnes do mundo, numa empresa avaliada em cerca de 28 bilhões de reais.

As empresas definiram período de 90 dias para as discussões exclusivas, prazo que pode ser estendido por outros 30 dias. A composição acionária pode deixar atuais acionistas da BRF com 84,98% da nova empresa, enquanto os 15,02% restantes serão da Marfrig.

Considerando a cotação de fechamento desta quinta-feira, o valor de mercado da BRF era de 23,6 bilhões de reais, enquanto o da Marfrig somava 4,22 bilhões de reais. A capitalização bursátil da líder JBS era de 60,9 bilhões de reais.

O negócio, que pode unir a maior exportadora de frango (BRF) e a segunda maior produtora de carne bovina do mundo (Marfrig),vem a público no momento em que a fraqueza econômica do Brasil têm pesado no desempenho de ambas, que tem apostado cada vez mais em mercados internacionais para ampliarem receitas e reduzir dívidas.

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A BRF também é uma grande produtora de carne suína, que vem tendo grande demanda global após a peste suína africana devastar criações na China. A companhia é uma das maiores exportadoras do país, que tem ampliado seus embarques ao país asiático.

De janeiro a março, a BRF teve o terceiro trimestre seguido de prejuízo, uma vez que aumentos de preço que elevaram a receita não conseguiram compensar os custos maiores com ração.

Já a Marfrig teve melhora no primeiro trimestre, refletindo aumento de receitas na América do Norte e a depreciação do real em relação ao dólar, “que compensou a menor receita líquida na operação América do Sul”.

As conversas também ocorrem em meio ao esforço das companhias para reduzir o peso de dívidas elevadas, trabalho que vem sendo mais bem executado pela Marfrig. A companhia fechou março passado com índice de alavancagem medido pela relação entre dívida liquida e Ebitda de 2,76 vezes, após ter chegado a ficar perto de 4 vezes, depois de ter recebido 1,4 bilhão de dólares da venda da Keystone para a norte-americana Tyson Foods.

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Já a BRF não tem conseguido deslanchar um ciclo de desinvestimentos e tinha seu nível de alavancagem em 5,64 vezes no fim de março.

Também enfrentando os efeitos de políticas mal sucedidas na compra de insumos, como milho, a BRF tem enfrentado recentemente trocas de seus principais executivos. Lorival Luz Jr., anunciado em março como sucessor de Pedro Parente na presidência-executiva, acumulou no mês passado a vice-presidência de finanças, com a saída repentina de Ivan Monteiro.

Se concluída a operação, essa será a segunda fusão de grande porte envolvendo ativos da BRF, fruto da união da Perdigão com a Sadia, há exatos 10 anos, na esteira de um prejuízo multimilionário desta última devido a operações mal sucedidas com derivativos financeiros.

Os ganhos prometidos de sinergias e fortalecimento da posição de mercado, com a união de Sadia e Perdigão, jamais se confirmaram plenamente. Em meio ao elevado peso de dívidas e a equívocos operacionais, as ações da BRF hoje valem menos da metade do que há três anos, período no qual o valor de mercado da JBS subiu mais de 50 por cento.

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