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De 26 economias, PIB do Brasil só ganha da Letônia e da Coreia do Sul

Dados da OCDE mostram que país tem um dos piores desempenhos na comparação com as principais economias do mundo

Por André Romani 30 Maio 2019, 15h57

A economia brasileira apresentou retração de 0,2% no primeiro trimestre deste ano na comparação com os últimos três meses de 2018, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse resultado deixa o país com o terceiro pior desempenho entre as principais economias mundiais que já divulgaram seus PIBs do período, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

A lista da OCDE é formada por 44 países (nem todos estão na organização), sendo que 26 deles já divulgaram seus resultados. Desses, apenas Letônia e México tiveram um desempenho pior do que o do Brasil no primeiro trimestre deste ano na comparação com o último trimestre do ano passado. Nações como Argentina, Índia e Rússia ainda não revelaram seu desempenho.

Segundo a OCDE, a economia global já mostra fortes sinais de desaceleração global. Em março, a organização diminuiu a expectativa do PIB mundial para 2019 de 3,5% para 3,3%. Apesar disso, de acordo com Marcel Balassiano, pesquisador sênior da área de economia aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, esse não é o principal fator que está travando a economia brasileira.

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“Tanto a recessão que o país passou como essa recuperação lenta e gradual são influenciadas mais pelo cenário interno do que externo, mesmo com o mundo crescendo menos do que crescia antes”, afirma ele, citando greve dos caminhoneiros e eleições como fatores importantes para esse desempenho.

Diversos países da América Latina tiveram desempenhos similares ao do Brasil, o que pode dar uma ilusão de que o país está seguindo o movimento global. Mas, para André Diz, professor de Macroeconomia do Ibmec SP, não é tão simples, já que essa comparação exige uma análise de contextos. “Países próximos como Chile, Colômbia e México apresentaram desempenhos melhores nos últimos anos do que os do Brasil”, afirma ele. A exceção, segundo especialistas, seria a Argentina, que passa por uma crise interna grande, que levou a inflação e até ao congelamento de preços pelo governo.

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Quando comparado a países mais desenvolvidos, como Coreia do Sul, França e Bélgica, o Brasil também tem desempenho similar no primeiro trimestre de 2019. Mas, novamente, para o pesquisador da FGV, ao olhar o contexto, a situação se modifica. “É diferente um país desenvolvido crescer 1% e o Brasil crescer 1%”, afirma Balassiano. “Eles tem produtividade e PIB per capita muito maior”, acrescenta.

Para os especialistas, com as famílias sem possibilidade de aumentar seus gastos, o governo brasileiro em situação fiscal ruim e os investidores da iniciativa privada receosos, a equipe econômica enxerga na reforma da Previdência a grande saída para essa crise, estimulando os investimentos privados e abrindo espaço no caixa do governo para aportes estatais. Mas, ambos concordam que ela sozinha não será suficiente para tal.

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