ASSINE VEJA NEGÓCIOS

Gatilhos de arrecadação pública da Reforma Tributária podem ser retirados

Após reunião com Guedes, o relator Celso Sabino afirmou que estuda formas de garantir a redução de impostos sem prejudicar os ganhos de estados e municípios

Por Luisa Purchio Atualizado em 9 ago 2021, 23h11 - Publicado em 9 ago 2021, 21h59

No final da tarde desta segunda-feira, 9, o deputado Celso Sabino se reuniu com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para tratar do Projeto de Lei 2.337/2021, que aborda a reforma tributária. Em coletiva de imprensa, Sabino afirmou que os gatilhos colocados no texto estão sendo revistos. “Estamos estudando alternativas que possibilitem [garantir] ao mercado, setor financeiro e empresas que haverá redução da carga tributária, e da mesma forma garantir aos estados e municípios que não vão perder FPE e FPM (os principais meios de transferência de recursos da União para as entidades federativas)”.

Na semana passada, o deputado apresentou o segundo substitutivo à proposta feita pelo governo, com alterações importantes em relação ao texto original entregue pelo governo. Entre as principais críticas feitas pelos especialistas em tributos ao texto é o gatilho que condiciona a redução do IRPJ. A proposta mais recente afirma que em 2022 e em 2023 o imposto sobre o lucro poderá cair para 2,5%, mas apenas se a arrecadação até outubro de 2021 for superior a de 2019, ou seja, um ano-pré pandemia, o que é altamente questionável tendo em vista que este ano permanece com as atividades econômicas impactadas pela Covid-19. Além disso, Estados e Municípios estão preocupados com a possível redução da arrecadação através do FPE e FPM.

Na coletiva de imprensa, o deputado Sabino afirmou que a votação deve ocorrer na próxima quarta-feira e que o texto será aprovado “com folga”, uma vez que exige quórum simples para passar, ou seja, a aprovação de 257 deputados. “Estamos com várias propostas sobre a mesa, o importante é trazer a redução da carga tributária que incida sobre a renda corporativa”, disse ele. Sobre mexer na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Sabino afirmou que está fazendo cálculos uma vez que há uma receita vinculada à seguridade social. “Temos que encontrar uma contrapartida que recompense para que a gente não prejudique a Seguridade Social no nosso país”, disse ele.

Apesar de terem sido apresentadas três versões do projeto incluindo a apresentação pelo governo, em 25 de junho, as propostas de reforma tributária atuais ainda desagradam bastante o mercado, que afirmam que, na prática, haverá aumento de carga tributária. Nesta segunda-feira, 9, ao todo, 28 associações se uniram e enviaram uma carta conjunta ao presidente do Senado, Arthur Lira, solicitando agenda para debater a Reforma Tributária proposta pelo Governo Federal. As entidades representam o mercado de capitais, startups, indústria, serviços, agronegócio, instituições financeiras, de tecnologia da informação, transporte, secretários da Fazenda dos Estados e prefeitos.

O documento questiona que os objetivos iniciais da reforma sobre os tributos “não serão atingidos com as propostas atualmente postas”. Eles são “simplificar um dos sistemas mais complicados e burocráticos do mundo, tributar mais a renda e menos o consumo (que afeta proporcionalmente mais os consumidores de menor renda) e tornar o sistema tributário brasileiro menos pesado para quem ganha menos”, diz a carta.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 9,90/mês*
OFERTA RELÂMPAGO

Revista em Casa + Digital Completo

Veja Negócios impressa todo mês na sua casa, além de todos os benefícios do plano Digital Completo
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a R$ 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.