Gafisa vende 70% da Alphaville aos fundos Pátria e Blackstone
O valor da transação foi cotado em 2,014 bilhões de reais e a concretização da operação está sujeita ao cumprimento de algumas condições
A Gafisa informou, em comunicado oficial enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a venda de 70% das ações correspondentes à emissão de Alphaville para o Private Equity AE Investimentos e Participações S.A., sociedade que possui como únicos acionistas fundos de investimento geridos pelo Pátria Investimentos e pelo Blackstone Real Estate Advisors L.P.
O valor total das ações de Alphaville na transação é de 2,014 bilhões de reais e o preço a ser pago pelos compradores, pelo direiro à totalidade das ações a serem adquiridas, é de 1,409 bilhão de reais. Do preço, serão reduzidos os dividendos eventualmente pagos por Alphaville entre 31 de dezembro de 2012 e a data de fechamento.
No final do mês de maio, a Gafisa estava negociando os termos finais do contrato de venda da empresa de loteamentos residenciais Alphaville para a gestora de recursos Pátria Investimentos e sua parceria Blackstone. A Alphaville foi avaliada no ano passado em 1,8 bilhão de reais, conforme fontes. Na ocasião, Gafisa e Pátria não comentaram o assunto.
Leia ainda: CVM quer reforçar combate à lavagem de dinheiro
Mercado imobiliário encolhe em 2012, aponta estudo
Pátria e Blackstone deixarão para trás a dupla GP Investimentos e Equity International, do investidor americano Sam Zell, e a Hemisfério Sul Investimentos (HSI, antiga Prospéritas), que também fizeram propostas firmes pela loteadora. Segundo fontes, a proposta da HSI foi de 1,9 bilhão de reais, enquanto GP e Equity não teriam alcançado a oferta de Pátria e Blackstone.
A abertura de capital de Alphaville não está totalmente descartada e segue como opção, no caso de a venda não seja concretizada. Em março, a Gafisa pediu à CVM o registro de companhia de capital aberto para a sua subsidiária. “A abertura de capital permanece sempre como alternativa B”, disse uma fonte próxima da negociação. “Isso poderia resultar num preço maior para Alphaville, mas não há nenhuma garantia de que essa operação na bolsa sairia, nem a que preço”, ponderou.
A Gafisa é dona de 80% da Alphaville e, antes de fechar o contrato de venda de 100% da subsidiária, terá de resolver sua pendência com a Alphapar Empreendimentos e Participações, fundadora da empresa de loteamentos e dona dos outros 20%. Desde 2012, a Gafisa tenta comprar essa fatia remanescente. No entanto, as partes não chegaram a um acordo sobre a quantidade de ações que a Gafisa deveria transferir à Alphapar pela compra dos 20%.
Sem definição, o caso foi para a Câmara de Comércio e Arbitragem Brasil-Canadá. Com a entrada de recursos da venda, porém, a Gafisa poderia fazer o pagamento em dinheiro ao invés de ações, colocando um ponto final no processo de arbitragem, cogitaram as fontes.
Leia também:
Consórcio de imóveis exige atenção nas declarações de anos anteriores
Imóvel financiado: saiba como declarar portabilidade de crédito
(com Estadão Conteúdo)