Fusão entre EMS e Hypera pode criar maior empresa farmacêutica do Brasil
Nova companhia atuaria com faturamento anual de R$ 15,9 bilhões
A EMS sugeriu uma combinação de negócios com a farmacêutica Hypera, segundo confirmado por ambas as companhias no início da semana. Na ocasião, a Hypera informou que seu conselho de administração irá estudar a proposta. Desde então, as ações da da companhia (HYPE3) têm vivido forte oscilação, à medida que o mercado avalia se o negócio deve ser aceito.
A proposta envolve uma oferta pública de aquisição (OPA) de até 20% das ações da Hypera por R$ 30, e o restante adquirido por meio de troca de ações. Esse preço é 16,9% maior do que o valor das ações da Hypera antes do anúncio, na sexta-feira, cotadas a R$ 25,67. A operação garantiria à EMS o controle de pelo menos 60% do grupo farmacêutico, podendo ultrapassar 70%, dependendo da adesão dos atuais acionistas à OPA.
A fusão estabeleceria uma aliança entre duas gigantes da indústria farmacêutica brasileira. A Hypera possui algumas das principais marcas de medicamentos de venda livre no país, como Benegrip, Buscopan, Neosaldina e Engov. Já a ESM, que afirma ser “o maior conglomerado farmacêutico do Brasil”, é líder na produção de genéricos no país e dona de marcas como Lacday e Bálsamo Bengué.
Caso o negócio avance, a combinação das duas empresas pode criar uma farmacêutica com faturamento anual de R$ 15,9 bilhões e Ebitda estimado de R$ 5 bilhões. A ideia é que, após a combinação de negócios, a nova empresa seja listada no segmento Novo Mercado, o mais exigente em relação a práticas de governança corporativa na B3.
Visão dos analistas
Em relatório, o Itaú BBA aponta que há complementaridades na operação das duas companhias. “O acordo é viável do ponto de vista operacional, pois pode resultar na formação de um líder de mercado, oferecendo sinergias que podem aumentar a lucratividade da nova empresa”, escreveram os analistas. Entretanto, o banco observa que um acordo nas condições atuais propostas pela EMS não é “tão evidente” e recorda que, no passado, já houve discussões sobre uma fusão que não progrediram, em um momento em que os papéis da Hypera estavam mais valorizados.