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Funcionários da Avianca decidem em assembleia manter greve

Pilotos e outros trabalhadores da companhia devem se reunir novamente na segunda-feira para deliberar sobre a continuidade da paralisação

Por Da redação
17 Maio 2019, 18h21

O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) definiu nesta sexta-feira, 17, em assembleia, a continuação da greve por tempo indeterminado de pilotos e funcionários da Avianca Brasil. Segundo o sindicato, a paralisação tem como objetivo pressionar a empresa a pagar as verbas trabalhistas que estão em atraso.

A reunião entre os grevistas decidiu pela continuidade da paralisação dos pousos e decolagens em dois dos quatro aeroportos em que a Avianca opera. Eles são: Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ). Os outros dois, Brasilia (DF) e Salvador (BA), não foram incluídos na paralisação. Na próxima segunda-feira, 20, haverá nova assembleia para deliberar sobre a continuidade da paralisação ou a volta aos trabalhos.

Mesmo com a liminar em favor da Avianca emitida na quarta-feira pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), que determinou que a greve não afete 60% da operação da companhia  para evitar risco à coletividade sob pena de multa de 100 mil reais por dia. O sindicato, no entanto, não acatou a ordem judicial alegando que companhia representa atualmente apenas 1% do mercado. “Desta forma, a exigência da manutenção do serviço essencial à sociedade está atendida e a paralisação unicamente dos empregados da Avianca não tem, portanto, a capacidade de prejudicar a sociedade”, informou o Sindicato em nota.

Na sexta-feira, 13 voos foram cancelados devido à greve. Questionada sobre a continuação da paralisação, a Avianca não respondeu até a publicação desta matéria.

A greve foi anunciada no início desta semana após uma assembléia em que SNA decidiu pela paralisação. Segundo o sindicato, o atraso no pagamento de verbas trabalhistas seria o fator responsável pela greve. Ele alega que o não pagamento de salários, benefícios, diários e outros direitos estaria colocando em risco a segurança dos voos. “Tripulante de avião não pode ficar sem saber como pagar aluguel e suas contas, porque isso cria uma instabilidade emocional perigosa para aviação. É diferente de um escritório”, afirmou Ondino Dutra, presidente da instituição.

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Empresa está em recuperação judicial

Desde que entrou em recuperação judicial, em dezembro do ano passado, a Avianca Brasil vem sofrendo seguidas derrotas. Com mais de 3 bilhões de reais em dívidas, a aérea está operando com apenas seis aeronaves. Outras 29 foram retomadas pela Justiça por causa de dívidas com credores. Um leilão por ativos da empresa seria realizado no último dia 7, mas foi suspenso pela Justiça de São Paulo a pedido da Swissport. A empresa, que é credora da Avianca, afirma que a venda de slots (espaços para pousos e decolagens) é ilegal. A Avianca recebeu uma proposta da Azul de 145 milhões de dólares (cerca de 580 milhões de reais), mas ainda não se manifestou sobre a oferta.

Com a crise, a empresa já cancelou mais de 4.000 voos e existem relatos de ocupação baixa naqueles que decolam. Atualmente, a companhia aérea só opera em quatro aeroportos do país: Santos Dumont (RJ), Congonhas (SP), Salvador (BA) e Brasília (DF). Segundo o sindicato, a Avianca começou a redução de pessoal na segunda-feira, 13, e envolveu 900 demissões, entre pilotos e comissários.

Além disso, na quarta-feira, 15, a Avianca Brasil ainda foi suspensa da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata). Segundo a associação, a empresa, que está em recuperação judicial desde dezembro, foi afastada por inadimplência. Com a sanção, a Avianca não faz mais parte de um sistema de vendas de passagens internacional, chamado Billing Settlement Plan (BSP). A plataforma opera em 180 países e atende mais de 370 companhias aéreas em todo o mundo. Com o sistema, é possível que aéreas vendam bilhetes em que trechos são operados por outras companhias. Só em 2017, o BSP movimentou cerca de 236 bilhões de dólares (aproximadamente de 950 bilhões de reais).

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