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França e Alemanha vão negociar com bancos a aceitar perdão de mais de 50% da dívida da Grécia

Valor é bastante superior ao acordado anteriormente, de 21%

Por Da Redação
26 out 2011, 19h53

Os países europeus chegaram a um consenso nesta quarta-feira, na reunião de cúpula que ocorre em Bruxelas, na Bélgica, sobre o perdão a ser dado à dívida da Grécia. De acordo com o El País, o desconto girará em torno de 50% e 60% no valor de face dos títulos do país, o chamado haircut. O valor é bastante superior aos 21% acordados em 21 de julho em reunião dos líderes europeus como parte do segundo pacote de socorro para a Grécia de 109 bilhões de euros.

“Um número de países, liderados pela Alemanha, aceitou um haircut de 60%. Outros, incluindo a França, cujos bancos têm quantidade considerável de bônus da Grécia, aceitaram um haircut de 40%”, afirmou uma fonte envolvida nas discussões ouvida pela agência Dow Jones.

Bancos negam, por ora – O jornal espanhol também informa que, por ora, não há nenhum acordo fechado com o setor bancário, que é credor dos títulos soberanos da Grécia. A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, cientes da dificuldade de impor tais perdas aos bancos, comprometeram-se a negociar diretamente com o setor a aceitar este “calote” de cerca de 50%.

De fato, Charles Dallara, principal negociador do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), a associação global dos bancos, negou que o setor tenha chegado a um acordo com os europeus. “Não há nenhum acordo sobre a dívida grega ou sobre um haircut específico”, declarou ao The New York Times. “Continuamos abertos ao diálogo em busca de um acordo voluntário”, acrescentou.

Detalhamento – Fontes ouvidas pelas agências internacionais explicam que, dos 350 bilhões de euros da dívida total grega, cerca de 210 bilhões de euros estão nas mãos de credores privados. Deste montante, Merkel e Sarkozy querem ver perdoados mais de 100 bilhões de euros. Com esta medida, a relação dívida/PIB da Grécia, atualmente em 160% do PIB, seria reduzida a 120% do PIB.

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Relatório – Relatório de sustentabilidade da dívida da Grécia a que a Dow Jones teve acesso, feito por um grupo de inspetores da troika – que reúne a União Europeia, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE) -, aponta que os detentores privados de bônus teriam de aceitar um perdão de 60% no valor dos títulos gregos para que a dívida do país seja reduzida a menos de 110% do Produto Interno Bruto (PIB), um nível considerado pelo grupo como sustentável. De acordo com o documento, se o haircut fosse mantido em 21%, a Grécia necessitaria de empréstimos adicionais de 143 bilhões de euros até 2020.

Tal alívio da dívida deverá colocar em dificuldade os próprios bancos gregos, que detêm 20% da dívida do país. Com isso, a medida deve exigir esforço adicional dos líderes europeus para que sua falência seja evitada. “As últimas informações sobre a crise econômica do país sugerem que, provavelmente, o segundo resgate grego deve ser ainda maior que o primeiro”, disse ao El País Sony Kapoor, diretor executivo da Re Definir.

(com Agência Estado)

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