Madri, 7 jun (EFE).- Madri, 7 jun (EFE).- A agência de classificação de risco Fitch rebaixou nesta quinta-feira a nota da dívida da Espanha em três níveis, para BBB, com perspectiva negativa, devido em boa parte aos problemas do setor bancário.
O rebaixamento se deve ao provável elevado custo fiscal da reestruturação e recapitalização do setor bancário, ao aumento da dívida pública espanhola, à situação de recessão vivida pelo país e a sua vulnerabilidade ao contágio da crise na Grécia, justificou a Fitch em comunicado.
O setor bancário espanhol, principal motivo do rebaixamento do rating do país, pode precisar de até 100 bilhões de euros em capital adicional, segundo especulações, para se recapitalizar.
O anúncio da agência, num momento em que se intensificam as conjeturas sobre um resgate europeu ao setor bancário espanhol, deixa a qualificação da dívida a longo prazo a dois passos da categoria ‘bônus lixo’. A nota a curto prazo caiu um degrau, para F2.
A nota BBB leva em conta a expectativa da Fitch de que a Espanha obterá o apoio financeiro de seus parceiros europeus para a reestruturação e recapitalização do setor bancário, embora não necessariamente mediante um programa completo de resgate condicionado a novas medidas de ajuste.
Em outro comunicado, focado apenas no setor bancário, a Fitch trabalha com dois cenários: um em que o capital necessitado pelos bancos se situaria entre 50 bilhões e 60 bilhões de euros, e outro mais extremo, baseado no ocorrido na Irlanda, no qual o importe aumentaria a entre 90 bilhões e 100 bilhões de euros, equivalente a 9% do PIB espanhol.
Na opinião da agência, somente BBVA, Santander e Caixabank têm capacidade suficiente de geração de lucros, reservas e capital para combater a possível deterioração econômica.
A Fitch indicou também que prevê que a dívida pública espanhola atinja um máximo de 95% do PIB em 2015 (assumindo uma recapitalização dos bancos de 60 bilhões de euros), contra os 82% para o final de 2013 projetados no início deste ano. Em vez de crescer em 2013, a economia espanhola seguirá em recessão, indicou a agência. EFE