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Filhos de espanhol morto pela ditadura querem identificar carrascos do pai

Por Da Redação
12 dez 2011, 19h20

São Paulo, 12 dez (EFE).- Os filhos do cidadão espanhol Miguel Sabat Nuet, torturado e morto pela ditadura militar, pediram nesta segunda-feira durante o ato de entrega das cinzas de seu pai que seus ‘carrascos’ sejam identificados pelas autoridades brasileiras.

‘Falamos com o cônsul espanhol em São Paulo e pedimos uma ação especial para conseguir os nomes daqueles que foram seus carrascos’, disse hoje à Agência Efe Miguel Sabat Díaz, um de seus três filhos.

Sabat Nuet, de 50 anos, morreu no dia 30 de outubro de 1973 em uma cela do Dops (Departamento de Ordem Política e Social), que na época alegou suicídio. No entanto, um processo administrativo concluiu que o espanhol foi ‘vítima de sequestro, tortura e homicídio’.

Seus parentes garantem que Sabat Nuet, que vivia na Venezuela, foi detido por engano em São Paulo, cidade na qual havia feito uma escala em uma viagem entre Buenos Aires e Caracas.

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Seu corpo, que estava enterrado no cemitério paulistano de Dom Bosco, foi exumado e identificado em 2008 e cremado nesta semana a pedido de seus filhos.

Miguel Sabat Díaz, que anunciou que as cinzas de seu pai serão espalhadas nas serras catalãs de Montjuic, descartou que, por enquanto, a família apresente perante a Justiça brasileira um pedido de indenização pelo assassinato de seu pai.

Sabat Nuet é até agora o único espanhol do qual se tem notícia que tenha sido torturado e morto pela ditadura, mas o Ministério Público de São Paulo considera que pode haver mais estrangeiros vítimas da repressão.

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A família do espanhol participará ativamente na Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos da Secretaria de Direitos Humanos, conhecida como a Comissão da Verdade, que conseguiu o reconhecimento do caso e pretende esclarecer outros desaparecimentos e mortes durante a ditadura.

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, que presidiu o ato, declarou aos jornalistas que a entrega das cinzas ‘é o resgate da memória de uma pessoa que tinha filhos, família. Era uma obrigação que tínhamos perante essa família e é uma obrigação que temos ainda com muitas famílias’.

Para o cônsul espanhol, José María Matres, com a entrega dos restos mortais ‘se homenageia a memória de todas as pessoas das famílias que perderam alguém de forma injusta’.

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A entrega das cinzas aconteceu na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) em um ato do qual também participaram autoridades argentinas, ativistas das Avós da Praça de Maio e o escritor Eric Nepomuceno, entre outros. EFE

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