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Festa espanhola mais famosa também sofre efeitos da crise

Por Por Daniel Silva
9 jul 2012, 13h13

A mais famosa festa espanhola, a de São Firmino, não escapa da crise econômica que atinge o país e está sofrendo os efeitos ao ver os participantes reduzirem gastos durante os festejos.

Como em anos anteriores, as ruas de paralelepípedos da cidade de Pamplona (norte) nestes dias ficam repletas de pessoas de todo o mundo atraídas pelo ambiente festivo e pelas corridas de touros diárias, que todas as manhãs reúnem centenas de bravos que correm na frente de animais de meia tonelada.

Mas os hotéis registram taxas de ocupação mais baixas, e as vendas nos restaurantes e nos bares caem, já que as pessoas optam por comida feita em casa e por comprar a cerveja e a sangria nos supermercados durante os nove dias de festa de São Firmino, que começou na sexta-feira.

Luis Armendariz, gerente do Café Iruña, um local de estilo parisiense frequentado no passado por Ernest Hemingway e com vista para a Plaza del Castillo, afirmou que espera que as vendas neste São Firmino sejam entre 15% e 20% inferiores em relação às de 2011.

Este ano se apresenta como o pior para os negócios desde o início da crise econômica na Espanha após a explosão da bolha imobiliária, em 2008, que elevou as taxas de desemprego a 24% da população economicamente ativa, acrescenta o proprietário de 48 anos.

“Nós fomos muito afetados. Há menos gente, o hábito mais afetado é o ‘botellón'”, o costume de beber nas ruas, explica Armendariz atrás do balcão de seu café, cheio de foliões vestidos de branco e com o lenço vermelho no pescoço.

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Na parte antiga de Pamplona, capital da região de Navarra, dezenas de pessoas se preparam para beber em pequenos grupos pelas ruas com sacos de plástico cheios de garrafas de cerveja e sangria, que eles beberão em copos de plástico. Muita gente também se senta para comer e beber nas praças da cidade.

Israel Jiménez, de 26 anos, e Rafael González, de 23, dois soldados da cidade de Sevilha (sudoeste), contam que comem produtos comprados em lojas porque, nos bares e nos restaurantes de Pamplona os preços aumentam durante o São Firmino.

Mas também reconhecem que estão dispostos a gastar para passar momentos agradáveis.

“Amanhã nos lembraremos da crise, mas é preciso viver o dia e estar aqui felizes porque vivemos para isso”, afirma Jiménez, sentado em um banco ao lado de seu amigo em frente ao café Iruña.

A Prefeitura de Pamplona prevê que meio milhão de pessoas visitem esta cidade de 200 mil habitantes durante os nove dias das festas, uma quantidade similar à de outros anos.

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Mas o setor hoteleiro está menos otimista. A Associação de Hotelaria de Navarra prevê que a ocupação hoteleira em Pamplona durante esta festividade, que remonta à Idade Média, seja 10% inferior em relação à do ano passado.

Menos gente pernoita na cidade e, os que o fazem, tentam economizar ficando menos dias, a maioria apenas duas noites, afirma o secretário-geral da associação, Nacho Calvo.

“Há uma falta de promoção da festa por parte do governo. É uma festa muito famosa, mas é preciso manter a marca. E isso não está sendo feito”, afirma Calvo.

A pressão para que a Espanha reduza seu déficit público fez com que neste ano o orçamento para o São Firmino fosse 8% inferior ao de 2011, de 2,4 milhões de euros, o que significa seu quarto ano consecutivo de quedas.

As autoridades estimam que os festejos – conhecidos mundialmente graças à obra de Hemingway “O Sol também se levanta”, de 1926 – rendam mais de 70 milhões de euros neste ano.

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Os bares têm permissão para abrir até as 6 da manhã durante as festas, e o evento arrecada até um terço das vendas anuais para alguns estabelecimentos do centro da cidade.

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