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Fed abre espaço para juros menores nos Estados Unidos

Banco Central americano adotou uma 'postura balanceada' ao observar com certo distanciamento os dados mais fortes de inflação no começo do ano

Por Juliana Machado 20 mar 2024, 16h31

O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, adotou uma “postura balanceada” na sua decisão da taxa básica de juros ao observar com certo distanciamento os dados mais fortes de inflação no começo deste ano, abrindo um espaço para o mercado financeiro trabalhar com a tese de juros menores em breve na maior economia do mundo, conforme especialistas ouvidos por VEJA.

A rigor, os dados mais fortes de inflação nos EUA poderiam ensejar uma postura mais dura da autoridade monetária americana, indicando uma maior necessidade de juros mais altos por mais tempo. No entanto, os dados mais recentes não mudam a visão de que há uma convergência da inflação para a meta de 2%.

“[Jerome Powell, presidente do Fed] Tirou o peso dos dados de inflação de janeiro e fevereiro, que não mudam o quadro geral de uma convergência gradual da inflação para 2%”, afirma Marcos Mollica, gestor multimercado da Opportunity, referindo-se aos comentários feitos por Powell em coletiva de imprensa após a divulgação da decisão do Fed. “Assim como o Fed não comemora os dados positivos [da inflação] do fim do ano passado, também não se preocuparam com os dados deste começo de ano.”

Essa postura balanceada é o que endossa a leitura de que o controle da inflação vem progredindo, embora os preços permaneçam ainda elevados em relação à meta. “Não é apropriado reduzir os juros enquanto não estivermos confortáveis com a inflação”, declarou Powell. “Recentes indicadores mostram que a atividade segue crescendo de forma sólida, enquanto o mercado de trabalho permanece forte, o que são boas notícias. Fizemos progresso, mas a inflação segue elevada.”

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Sem grandes novidades na decisão em si, o Fed manteve hoje os juros americanos na faixa de 5,25% a 5,50%, com projeção de três cortes neste ano, conforme o relatório de estimativas conhecido como “Dot Plot”. Não houve alteração para a projeção para este ano do Índice de Preços de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) neste ano, em 2,4%, mas houve elevação de 2,4% para 2,6% do núcleo do indicador, que exclui preços mais voláteis, como alimentos e energia.

Ainda que a estimativa para o núcleo do PCE possa ser lida como um aspecto “hawkish” da decisão do Fed, isto é, inclinado à alta de juros, as declarações de Powell durante a coletiva foram “dovish”, ou seja, mais voltadas para o afrouxamento monetário. “Ele minimizou os dados de inflação de janeiro, afirmando que é uma sazonalidade desfavorável, e também de fevereiro, que chamou de pouco dramático”, afirma Gabriel Barros, economista-chefe da gestora Ryo Asset.

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