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Exportações bateram recorde mesmo com preços em baixa, diz Kawall

Ex-secretário do Tesouro destaca que Brasil conseguiu ampliar saldo comercial mesmo com as commodities em baixa, graças a ganhos de volume e produtividade

Por Juliana Elias Atualizado em 5 jan 2024, 19h36 - Publicado em 5 jan 2024, 18h45

O recorde histórico registrado em 2023 pela balança comercial brasileira divulgado nesta sexta-feira, 5, carrega uma outra boa notícia, além do recorde em si. Para o ex-secretário do Tesouro Carlos Kawall, sócio fundador da Oriz Partners, é o fato de que as exportações e o saldo positivo nas transações tiveram resultados fortes e altas expressivas mesmo em um ano em que o preço das commodities, ainda o principal motor das vendas brasileiras para o mundo, estiveram em queda.

Isto, de acordo com ele, aponta para um cenário que o Brasil ainda não tinha visto: o aumento expressivo das receitas com as vendas para o exterior vieram da ampliação da produção e dos ganhos de produtividade em setores como a agropecuária, petróleo e minérios, e não porque os preços deles subiram, como é o costume das economias de renda média como a nossa muito dependentes das exportações de produtos básicos.

“O crescimento do saldo da balança comercial, nesse ano em particular, mostrou um componente estrutural importante; quer dizer, ele não aconteceu tanto por uma questão cíclica”, disse Kawall em entrevista à Veja.

“Lá nos primeiros governos Lula, o alto preço das commodities, com a China crescendo, o minério disparando, trouxe uma enorme bonança para nós. A taxa de câmbio despencou. Mas depois, quando os preços caíram, a economia afundou. Já o ano de 2023 não foi um ano favorável, os preços das commodities caíram. Isso significa que ganhamos por conta do aumento nos volumes, na produção”, disse.

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O economista menciona ganhos importantes tanto na ampliação da capacidade produtiva, quanto na produtividade de setores como a agropecuária, petróleo e minérios no Brasil, mesmo que destoem do resto da economia brasileira tradicionalmente conhecida pelos enormes gargalos de infraestrutura, mão de obra especializada ou dos baixos níveis de investimento em pesquisa e tecnologia.

Isto, de acordo com ele, começa a dar ao Brasil a possibilidade de que consiga seguir registrando ganhos com as exportações e saldos positivos em sua balança comercial mesmo em momentos em que os preços internacionais fiquem menos favoráveis.

“São setores em que a nossa produtividade cresceu muito, e em que o Brasil tem se destacado no resto do mundo”, afirmou. “A possibilidade de continuidade do crescimento deles significa que o Brasil ainda pode ter superávit comercial ainda por alguns anos. Isso significa a chance de ter uma posição cambial mais favorável e mais sólida pela frente.”

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As transações comerciais do Brasil com o resto do mundo ficaram positivas em 98,8 bilhões de dólares em 2023, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira, 5, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Trata-se de um aumento de 60% em relação a 2022 e do maior valor registrado na série histórica oficial.

As exportações também foram as maiores já registradas: elas cresceram 1,7% e geraram ao país uma receita de 339,67 bilhões de dólares. Do outro lado, as importações caíram 11,7%, a 240,8 bilhões de dólares.

As altas foram puxadas pelas exportações da agropecuária, que, ajudadas por uma safra recorde, cresceram 9% no ano (para 81,5 bilhões de dólares) e pela indústria extrativa, em que entram produtos importantes da pauta brasileira como petróleo e minério de ferro e que tiveram expansão de 3,5%, para 78,8 bilhões de dólares.

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A indústria de transformação, por sua vez, viu sua receita com as vendas para o exterior encolher 2,3% no ano, para 177,2 bilhões de dólares.

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