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Expansão pesa sobre Bradesco, que promete 2012 positivo

Por Da Redação
31 jan 2012, 16h29

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO, 31 Jan (Reuters) – A agressiva expansão da rede de agências impulsionou as despesas e afetou o lucro do Bradesco no quarto trimestre, golpeando as ações nesta quarta-feira, enquanto executivos tentavam conter o desagrado de investidores acenando com menos gastos, maior crescimento do crédito e manutenção da rentabilidade em 2012.

“O banco absorveu um esforço formidável de expansão da rede”, disse a jornalistas o presidente-executivo do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, explicando o motivo de um salto de 17,4 por cento da despesa anual, após o grupo ter anunciado em dezembro que inaugurou mais de mil agências apenas no segundo semestre de 2011.

A expansão da rede foi deflagrada após o Bradesco perder para o Banco do Brasil em maio a disputa pelo Banco Postal, parceria que tocava com os Correios desde 2001.

Essa alta na despesa foi um dos principais motivos que fizeram o lucro recorrente de outubro a dezembro crescer apenas 3,2 por cento na comparação anual, para 2,77 bilhões de reais, enquanto a média das projeções de oito analistas ouvidos pela Reuters apontava ganho de 2,92 bilhões de reais.

Já o lucro líquido no período caiu 8,7 por cento ante mesma etapa de 2010, para 2,73 bilhões de reais.

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Além de despesas maiores, o banco também acusou uma leve piora na qualidade da carteira. O índice de inadimplência, medido pelo saldo de operações vencidas com prazo superior a 90 dias, foi de 3,9 por cento no período, ante 3,8 por cento no terceiro trimestre e 3,6 por cento um ano antes.

Como prevê novos avanços, embora pequenos, desse indicador na primeira metade de 2012, o banco elevou a provisão para perdas esperadas com crédito, para 2,66 bilhões de reais, contra perto de 2,30 bilhões de reais no último trimestre do ano anterior.

Adicionalmente, uma derrapada de 51 por cento nos ganhos com a tesouraria, ante o trimestre anterior, derrubou as margens. Por fim, o retorno sobre patrimônio (ROE) caiu 1,5 ponto, também na passagem do terceiro para o quarto trimestre.

Os números não agradaram nem um pouco os investidores. Às 17hx22, a ação do banco na bolsa paulista recuava 3,21 por cento, a 31,38 reais, com o terceiro pior desempenho entre as integrantes do Ibovespa, que subia 0,33 por cento no mesmo horário.

“Os resultados do Bradesco foram bastante desapontadores”, comentaram os analistas Victor Schabbel e Marcelo Telles, do Credit Suisse, em relatório.

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Para tentar amenizar a frustração do mercado, o banco acenou com metas de crescimento maior do crédito em 2012, na faixa de 18 a 22 por cento, acima dos 17,1 por cento do ano passado, quando a carteira fechou no total de 345,7 bilhões de reais.

A instituição acredita que a economia deve responder favoravelmente a uma combinação de cortes no juro, incentivos tributários e fortes investimentos pelo governo.

“Teremos um ano benigno para nossos negócios em 2012”, disse Trabuco.

Além disso, o banco prevê que o avanço de suas despesas desacelere para a faixa “desafiadora” de 8 a 12 por cento, respondendo a temores de analistas de que o crescimento orgânico agressivo amplie os gastos com folha de pagamento e tenha peso sobre as margens nos próximos anos.

(Reportagem adicional de Guillermo Parra-Bernal)

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