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Ex-presidente do BC alerta para patamar da Selic e ‘Kama Sutra fiscal’

Pai do Plano Real, Gustavo Franco detonou arcabouço fiscal e disse que Brasil não tolera mais "truques"

Por Pedro Gil Atualizado em 12 Maio 2023, 10h25 - Publicado em 3 Maio 2023, 12h29

O ex-presidente do Banco Central durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, Gustavo Franco, alertou para o atual patamar da taxa de juros no país, em 13,75%. O Comitê de Política Monetária (Copom) anuncia no fim da tarde desta quarta-feira, 3, manutenção do atual patamar da Selic. A expectativa do mercado é por um comunicado mais brando.

“Vamos convergir para alguma taxa de juros que não seja 2% e nem 13,75% e essa será a nossa normalidade”, disse, em evento no Ibmec, em parceria com o Instituto Millenium. “O melhor guia para juros neutro é real zero do tamanho da inflação. Se for isso, será algo em torno de 6%, mas vamos ver ainda qual será a melhor fórmula”, prosseguiu.

O assunto inflação-juros é caro para Gustavo Franco, diretamente ligado à elaboração do Plano Real. “Juros, além de serem aval para controle da inflação, também controlam a dívida pública. Se a gente não paga juros, a gente não toma dinheiro emprestado. Como não pensar a taxa de juros como uma criatura fiscal? Tem tudo a ver com responsabilidade fiscal, rating e risco”, disse.

Ao pensar o patamar da Selic como uma “criatura fiscal” é impossível dissociá-la do novo arcabouço fiscal. “Uma geringonça”, lamentou Franco. Segundo ele, o mecanismo que substituirá o teto como controle de gastos é falho. “A conta fecha? Não. Faltam 150 bilhões de reais de receita e ninguém sabe de onde vai vir”, disse. “Eu duvido que isso nos leve a um novo patamar de situação fiscal, mas vamos dar o benefício da dúvida”, prosseguiu.

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O economista alerta que a União nunca esteve tão parecida com uma prefeitura – “e isso dá ao Haddad pleno domínio da situação”. “É um ente federativo sem dinheiro com desejo de despesas muito além das receitas. Não dá pra se endividar mais, imprimir papel… em papel de truques o Brasil é o Kama Sutra financeiro. Não tem nada que não tenhamos feito”, afirmou. “O Brasil não tolera mais coisas que não funcionam, contas que não fecham”, completou.

Vítima de uma verdadeira cruzada do governo contra o atual patamar da Selic, Roberto Campos Neto, atual presidente do Banco Central, já admitiu não gostar do nível de juros no país, mas é melhor isso do que inflação descontrolada. “Vocês acham que Campos Neto está escutando mais do presidente hoje ou durante a eleição, quando ele estava subindo juros?”, alertou Gustavo Franco. A atual escalada da Selic se iniciou ainda em 2020.

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