Eunício já admite votar projeto que zera PIS-Cofins do diesel
Uma das condições dos caminhoneiros para suspender a paralisação é a votação do projeto que elimina o tributo sobre o combustível
Depois de voltar às pressas do Ceará, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), deixou a reunião com líderes da Casa para se encontrar com os caminhoneiros no Palácio do Planalto. Desde o começo da tarde, os caminhoneiros se reúnem com representantes do governo para discutir o fim da greve iniciada na segunda-feira.
Uma das condições dos caminhoneiros para suspender a paralisação é a votação do projeto que zera o PIS-Cofins sobre o diesel. O projeto foi aprovado ontem na Câmara e precisa passar agora pelo Senado.
Eunício afirmou que pode votar a proposta se for essa a condição para o Brasil ter tranquilidade. “Temos de buscar um entendimento, não no projeto em si, mas em relação à grave crise que todos nós estamos presenciando neste momento na rede de abastecimento de combustíveis. Não estou preocupado com o projeto, de que forma vai ser votado, hoje ou amanhã. Estou preocupado com o entendimento para o país voltar à normalidade”, afirmou.
O senador disse ainda que, se houver acordo de líderes, as seis medidas provisórias que trancam a pauta do plenário podem ser votadas em bloco para agilizar a votação do projeto dos combustíveis.
O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, se irritou com a notícia de Eunício viajou para o Ceará para cumprir uma agenda local. A expectativa dele era que o Senado votasse ainda hoje o projeto aprovado ontem na Câmara de que zera a PIS/Cofins sobre o diesel até o fim do ano.
“Se o presidente do Senado viajou para o Ceará, é porque quer ver o circo pegar fogo mesmo. Aí não é só presidente e o ministro da Casa Civil que vão ser responsáveis por isso, ele também. O presidente da Câmara fez a parte dele”, afirmou Fonseca. “Um já fez e outro está na casa dele tomando uisquinho e tomando água e coco e nós aqui estamos comendo o pão que o diabo amassou. Se for isso, a coisa não vai ficar boa.”
(Com Agência Senado)