Euforia dá lugar às perdas nas bolsas da Europa
Investidores questionam se plano ate espanhol irá, de fato, estancar a crise
As bolsas europeias fecharam em baixa nesta segunda-feira, embora tenham operado em alta na maior parte da sessão. Após um entusiasmo inicial com o anúncio do fim de semana de que os líderes europeus concordaram em fornecer até 100 bilhões de euros à Espanha, os investidores começaram a questionar se o plano acabará com a crise no país. A euforia, por fim, transformou-se em cautela. Além disso, as eleições na Grécia no próximo domingo ajudam a aprofundar o clima de incerteza.
No início da sessão, dados da economia chinesa divulgados no fim de semana, que surpreenderam de forma positiva, disseminaram otimismo no mercado. No entanto, pesou a precaução com o anúncio da Espanha. Segundo Joshua Raymond, analista do City Index, a ajuda para os bancos espanhóis não é uma solução para os problemas da zona do euro, nem mesmo para a crise bancária do país. Analistas também destacam que ainda não está claro de onde sairão os recursos a serem fornecidos à Espanha nem qual é o volume exato da ajuda. O índice Stoxx Europe 600 fechou a sessão praticamente estável, aos 241,92 pontos.
O índice CAC-40 de Paris fechou em baixa de 0,29%, aos 3.042,76 pontos. “A falta de detalhes sobre as condições do resgate (à Espanha) resfriou o entusiasmo da sessão pela manhã”, disse um trader baseado em Paris. Os bancos registraram perdas, com Crédit Agricole (-3,7%), Société Générale (-3,1%) e BNP Paribas (-1,7%). Por outro lado, Saint Gobain subiu 2,5% após ter seus papéis melhor avaliados pelo JPMorgan.
Em Londres, o índice FTSE-100 fechou em queda de 0,05%, aos 5.432,37 pontos. Royal Bank of Scotland recuou 0,7%. Em Frankfurt, o índice DAX registrou perdas no fim da sessão, porém ainda encerrou em alta 0,17%, aos 6.141,05 pontos, puxado por SAP (+1,6%) e Volkswagen (+1,3%).
O índice Ibex-35 da Bolsa de Madri terminou o dia em queda de 0,54%, aos 6.516,40 pontos. O Banco Santander caiu 0,27% e o Banco Bilbao Vizcaya Argn (BBVA) ficou estável, após minutos antes do fim da sessão a agência de classificação de risco Fitch ter rebaixado as duas instituições.
Em Milão, o índice FTSE MIB fechou na mínima, com a queda mais expressiva do dia, de 2,79%, para 13.070,75 pontos. “A Itália agora está sob ataque. Parece que o mercado está apostando em uma necessidade futura de a Itália precisar de socorro externo”, disse um gestor de fundos. Os bancos tiveram fortes perdas, com UniCredit (-8,8%), Intesa Sanpaolo e Banco Popolare (ambos com baixa de 5,9%), Mediobanca (-5,6%), Banca Monte dei Paschi di Siena (-5,3%) e UBI Banca (-4,5%).
O índice PSI-20, da Bolsa de Lisboa, terminou o dia em queda de 0,32%, aos 4.514,82 pontos.