Os líderes republicanos cederam à intensa pressão nesta sexta-feira e votaram a favor de prorrogar até o fim de fevereiro as reduções das alíquotas de impostos na folha de pagamento de 160 milhões de trabalhadores, dando uma vitória ao presidente Barack Obama após tensas negociações.
A maioria republicana da Câmara dos Representantes, que havia bloqueado o projeto até a semana passada, aprovou a lei através de um procedimento simplificado de “consentimento unânime”, minutos depois de a iniciativa superar o trâmite no Senado, de maioria democrata.
O acordo anunciado na quinta-feira entre o presidente da câmara baixa, o republicano John Boehner, e o líder da maioria democrata do Senado, Harry Reid, prevê também a criação de uma equipe para negociar uma ampliação desse benefício até o fim de 2012.
Reid, celebrou a aprovação da lei, e pediu ao Congresso fortemente dividido que “deixasse de lado os jogos” enquanto a nação encaminha-se para o ano eleitoral.
O líder democrata prometeu que o Congresso começaria a trabalhar no início de 2012 para ampliar essa redução da alíquota durante todo o ano.
“Vão trabalhar com diligência para chegar a um acordo de longo prazo”, disse.
O projeto de lei agora tem que ser assinado por Obama, que em um golpe publicitário na contagem regressiva para as eleições de novembro adiou sua viagem ao Havaí para celebrar o Natal em família com o objetivo de acompanhar esse debate.
Obama havia solicitado a ajuda de seus partidários através do Twitter dizendo que muitos americanos seriam gravemente castigados com a perda de 40 dólares de seu salário a cada duas semanas caso a prorrogação da redução da alíquota expirasse em 1º de janeiro.
“Quero agradecer todos os americanos que levantaram sua voz para lembrar as pessoas do que esse debate se tratava”, disse Obama na quinta-feira.
“Trata-se de você. E hoje, sua voz fez a diferença”.
O Senado havia aprovado no início da semana uma medida temporária de dois meses.
“Isso não foi a coisa politicamente mais inteligente do mundo”, admitiu na quinta-feira Boehner ao se referir à tática republicada de obter uma ampliação de um ano, em parte impulsionada pelos conservadores do Tea Party.