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Espanha volta à recessão e seus bancos continuam no olho do furacão

Por Por Katell Abiven
30 abr 2012, 11h56

A Espanha confirmou oficialmente nesta segunda-feira que voltou a cair em recessão, o que complica seu desejo de recuperar a confiança dos mercados, cada vez mais inseguros com relação ao país, principalmente com seu setor bancário, fragilizado desde o estouro da bolha imobiliária, entre o final de 2007 e início de 2008.

Com a construção em ponto morto – devido em grande parte à rigorosa política de austeridade imposta pelo governo conservador, decidido a reduzir o déficit -, a economia sentiu o golpe e o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 0,3% no primeiro trimestre, assim como no último trimestre de 2011, segundo dados governamentais preliminares do Instituto Nacional de Estatística (INE).

O governo conservador de Mariano Rajoy e os economistas já haviam antecipado um retrocesso de 0,3%. O Banco da Espanha, mais pessimista, projetava um recuo de 0,4% no primeiro trimestre.

Em seu comunicado, o INE explicou que o “comportamento foi uma consequência de uma contribuição mais negativa da demanda nacional (consumo residencial), compensada parcialmente por uma contribuição positiva da demanda externa (exportação e turismo)”.

Sem o motor da construção, o país oscila desde 2008 entre a recessão e um crescimento fraco, com uma taxa de desemprego recorde de 24,44% e um clima de mal-estar social.

O governo prevê que o país sairá desta recessão em 2013, com uma alta de 0,2% do PIB, após uma queda de 1,7% este ano.

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Muitos economistas não compartilham desta mesma opinião: a Fundação de Caixa de Poupança (Funcas) espera queda de 1,5% em 2013, o Commerzbank prevê recuo de 0,3% e o Natixis projeta queda de 0,5%, assim como a Standard and Poor’s.

“A freagem gerada pelo setor imobiliário e a amplitude do ajuste orçamentário prevista pela Espanha – mais de 4% do PIB este ano – significa que esta recessão, provavelmente, se agravará nos próximos meses, o que levará o desemprego a níveis mas dramáticos”, considerou Martin van Vliet, analista da ING.

Nesse contexto, o Banco da Espanha (central) contratou a mesma empresa de consultoria que trabalhou no caso da Irlanda, a BlackRock, para criar um “banco ruim”, que reagruparia os ativos imobiliários ‘podres’ dos bancos do país, informou o jornal El Mundo.

“A ideia seria segregar os ativos podres dos bancos espanhóis, de maneira que as instituições não sejam obrigadas a consolidá-las em seus balanços”, afirma o jornal.

Procurado pela AFP, o Ministério de Economia espanhol confirmou que está considerando este mecanismo, mas insistiu que o faria sem fundos públicos.

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Contudo, para Martin van Vliet, da ING, é pouco provável que este mecanismo melhore a situação financeira do setor bancário, a menos que seja acompanhado de uma injeção de capital público.

Também nesta segunda-feira, a agência de classificação financeira Standard and Poor’s rebaixou as notas de nove bancos espanhóis, incluindo Santander e BBVA, assim como da Confederação de Caixas de Poupança (CECA), depois de uma redução de dois pontos da nota soberana da Espanha.

Os bancos afetados pela medida são: Santander, sua filial Banesto, BBVA, Banco Sabadell, Ibercaja, Kutxabank, Banca Civica, Bankinter e Barclays. Outros dois bancos do país, CaixaBank e Bankia, estão sob ameaça de rebaixamento.

As notas do Santander e do BBVA, líderes do setor, foram reduzidas em dois pontos, a primeira de A+ para A- e a segunda de A para BBB+.

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