A Espanha conseguiu captar nesta quinta-feira 6 bilhões de euros no mercado de títulos, o dobro de sua meta inicial, apesar das incertezas que reinam sobre a Eurozona.
A redução da nota de países da Eurozona por parte da agência Standard and Poor’s, entre os quais podem estar Alemanha e França, parecia iminente e daspertava nesta quinta-feira todo tipo de rumores nos mercados.
Apesar disso, o Tesouro espanhol captou 6 bilhões de euros (7,8 bilhões de dólares), em leilões a 4 anos e a 9 e 10 anos com juros em queda no primeiro caso e em alta nos outros dois.
Os juros oferecidos pelo bônus a 4 anos foi de 4,023% (contra os 5,276% na última operação similar). O das obrigações com vencimento em 2020 foi de 5,201% (contra os 5,006%) e o de 2012 chegou a 5,545% (contra os 5,433%).
A demanda total alcançou os 11,234 bilhões de euros. O objetivo inicial era captar de 2,5 a 3,5 bilhões de euros.
O Tesouro havia realizado na terça-feira leilões a 12 e a 18 meses, nos quais também havia superado as expectativas iniciais, colocando dívida acima dos 5 bilhões de euros.
O prêmio de risco – diferença entre os títulos de dívida espanhóis a 10 anos com seus similares alemães – retrocedia nesta quinta-feira e se situava em 359,5 pontos básicos (4,595%) às 10H19 GMT (08H19 de Brasília).
“Foi uma boa emissão”, disse Alberto Matellán Pinilla, diretor de estratégia e macroeconomia da Inverseguros. Segundo Pinilla, o governo viu que havia uma forte demanda e então decidiu vender mais que o previsto.
A próxima emissão espanhola, e última deste ano, será no dia 20 de dezembro, quando emitirá bônus do Tesouro a 3 e 6 meses.
Estes resultados contrastam com os da Itália, que precisou oferecer juros recordes para emitir 3 bilhões de euros em bônus a cinco anos, a dois dias do voto previsto dos deputados sobre o plano de austeridade do novo governo.
“As emissões de obrigações esta semana indicam que a Itália está mais na mira dos mercados que a Espanha”, afirmou Kathleen Brooks, diretora de investigação do site Forex.com.
A Itália deverá refinanciar 112 bilhões de euros entre janeiro e março, uma perspectiva que “aumenta o risco de fracasso de uma emissão de obrigações no ano que vem e que deixa os mercados mais nervosos”, afirma Brooks.