Espanha apoiará candidato do México ao FMI
Segundo ministra espanhola, acordo com países da América Latina faz com que Espanha tenha que votar a favor de Agustín Carstens
A ministra de Finanças da Espanha, Elena Salgado, afirmou nesta terça-feiraque seu país apoiará o presidente do Banco Central (BC) do México, Agustín Carstens, para o cargo de diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI). Numa conferência em Madri, Elena disse que o apoio da Espanha a Carstens era uma questão técnica. O candidato mexicano já esteve em Lisboa e Madri nesta semana, e deve vir ao Brasil nesta quarta-feira.
A Espanha tem um acordo para votar em bloco com a Venezuela, México e países da América Central. Se um representante de qualquer um desses países estiver entre os candidatos para a diretoria-geral do FMI, todos os países no bloco são obrigados a votar nesse candidato. Carstens é o principal concorrente da ministra de Finanças da França, Christine Lagarde.
Em campanha – Agustín Carstens sugeriu mais flexibilidade para países que tenham recebido programas de suporte financeiro do Fundo Monetário Internacional (FMI). O candidato defendeu que países debilitados não deveriam ser punidos por metas fracassadas, desde que mostrem comprometimento. “Quando programas são desenhados em uma crise, existe muita incerteza, e o fundo precisa ser flexível ao reconhecer medidas que não estão funcionando tão bem quanto o esperado e encontrar uma nova solução”, disse em entrevista à agência de notícias Dow Jones.
Segundo Carstens, o FMI precisa de alguém de um mercado emergente com experiência em lidar com crises financeiras. Economias emergentes da Ásia e da África têm dado suporte para uma ruptura da tradição de manter um europeu na direção do FMI, mas os europeus rapidamente se uniram em apoio a Christine.”Praticamente todos os países que não são europeus estão apoiando a ideia de que o candidato ao cargo deve ser escolhido por mérito, e não pela origem”, disse Carstens.
O mexicano discordou do argumento de Christine de que seria vantajoso ter alguém com conhecimento dos problemas políticos europeus durante a crise de dívida soberana. “O FMI precisa de uma pessoa com experiência em lidar com crises, que tenha um histórico financeiro sólido, e precisa de alguém da América Latina”, acrescentou.
Emergentes opinam – O primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, afirmou que a administração das instituições globais precisa ser “atualizada conforme as realidades contemporâneas”. Pravin Gordhan, ministro de Finanças da África do Sul, por sua vez, destacou que a discussão é sobre a “mudança de um processo de nomeação para a liderança de certas instituições para um processo mais democrático”.
(Com Agência Estado)