Empresários formam coalizão para derrubar barreiras à exportação
Entidade, formada por 80 empresários da indústria, já identificou 20 bloqueios comerciais
Em um momento em que as maiores potências econômicas globais se voltam para ações protecionistas, a indústria brasileira lança nesta segunda-feira (6) a Coalizão Empresarial para Facilitação de Comércio e Barreiras (CFB).
O grupo formado por 80 empresários e coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) tem, entre seus objetivos, reduzir barreiras que prejudicam as exportações locais, por meio de um trabalho conjunto com o governo. Entre as propostas, estão a de reduzir o tempo e as burocracias para exportação.
A entidade já identificou 20 barreiras comerciais. Os bloqueios, como um todo, impediram exportações de 30,5 bilhões de dólares (113,4 bilhões de reais) em produtos brasileiros só no ano passado, segundo cálculos da FGV (Fundação Getulio Vargas). Países membros do G-20, que reúne as maiores economias do mundo, dominam a lista, com 17 barreiras.
Na lista de vetados pela União Europeia, por exemplo, está o pão de queijo. A região proíbe a entrada de produtos com mais de 50% de lácteos em sua composição, mas o pão de queijo nacional tem apenas 20% do derivado do leite. Já os EUA estabelecem cotas para lácteos brasileiros.
O suco de laranja paga 7,5% se entrar na China com temperatura abaixo de 18 graus. Se estiver mais alta, o imposto vai a 30%.
Já a vizinha Argentina exige declaração da composição de produtos têxteis.
“O foco da coalizão será atuar de forma proativa para derrubar barreiras que impedem nosso acesso a mercados no exterior”, diz Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), que também vai presidir a CFB.
Segundo Carlos Abijaodi, diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, a ideia é “trabalhar a competitividade tanto da porta para dentro do Brasil, com a facilitação do comércio, quanto para fora, com a eliminação de barreiras”.