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Empresa lança ‘bolsa de valores’ de bitcoin brasileira

Companhia busca replicar modelo do mercado de ações para as transações com criptomoedas; operação inclui corretora de moedas virtuais e um banco comercial

Por Da redação
Atualizado em 6 fev 2018, 09h56 - Publicado em 5 fev 2018, 19h13

A empresa Wuzu lança neste mês uma plataforma de negociação de moedas virtuais – como o bitcoin –  similar a uma bolsa de valores. Pela plataforma, as empresas que fazem a conversão de criptomoedas em dinheiro “real” no Brasil terão mais segurança, segundo a companhia.

As transferências de bitcoin, como de outras criptomoedas, podem ser feitas livremente pela internet entre os participantes das redes de moedas virtuais. Não há necessidade de envolver dinheiro “real” nas transações e, em tese, é possível conseguir bitcoin de graça, caso alguém se disponha a enviá-lo. Na prática, milhares de pessoas fazem trocas de moedas virtuais por dinheiro, e vice-versa.

A intermediação de transação de criptomoedas e dinheiro é feita por empresas chamadas de corretoras. O papel delas é juntar uma oferta de compra a uma de venda, de acordo com o preço de referência. Por exemplo, se alguém quer adquirir 1 bitcoin e a cotação no momento é de 10.000 reais, o comprador dá a ordem e deposita esse dinheiro na corretora. A empresa busca na outra ponta alguém vendendo a mesma quantidade de bitcoin por esse preço. Quando a transação é concluída, a corretora faz a transferência do dinheiro entre as partes e desconta a sua taxa.

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Esse sistema de compra e venda é similar ao de negociação de ações de empresas, como na bolsa de valores de São Paulo (B3). No caso da Wuzu, as corretoras continuarão a existir, mas a negociação será feita entre todos os participantes do sistema, aumentando o número de ofertas. Para o cofundador da empresa, Anderson Nery, as corretoras não conseguem dar conta do volume atual de negociações, enfrentando lentidão e até ficando fora do ar por causa do número de acessos.

Atualmente, não há regras específicas sobre negociação com moedas virtuais. “Seja qual for o caminho, existindo um ambiente centralizado para os participantes, isso vai ser bom para todos os envolvidos”, avalia Nery. A ideia é de que replicar o modelo usado no mercado financeiro deixará as empresas mais próximas do que será exigido em uma futura regulamentação sobre o tema.

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A empresa também busca reduzir o risco de roubo de moedas virtuais que estiverem sob sua responsabilidade guardando-as “offline” enquanto não estão sendo transferidas.

Sistema

A bolsa de moedas virtuais deve entrar em operação no dia 23, com uma corretora (99 Exchange, que ainda não entrou em operação). Segundo Nery, há conversa com grandes corretoras nacionais de moedas virtual, que aguardam ver o sistema em funcionamento. A empresa recebeu aportes de 1,5 milhão de reais, de dois fundos de investimento de risco.

A Wuzu também fechou acordo com um grande banco comercial, que vai fornecer contas correntes para os clientes das corretoras fazerem as operações com moedas virtuais e dinheiro. O nome da instituição é mantido sob sigilo. Uma outra grande instituição financeira, que atua no setor de investimentos, deve iniciar seus negócios na plataforma ainda este mês.

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A companhia estima que terá 20 corretoras inscritas até o fim do ano, o que deverá gerar uma movimentação diária de 25 milhões de reais – um quarto do volume projetado de transações com moeda virtual no país.

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