Emprego na indústria tem 3ª queda consecutiva em maio
Valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria caiu 2,5% no quinto mês, enquanto número de horas pagas recuou 0,6%
O emprego na indústria recuou 0,3% na passagem de abril para maio, na série livre de influências sazonais, conforme divulgou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este foi o terceiro resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação.
Na comparação com maio de 2011, o emprego industrial caiu 1,7% este ano – oitavo resultado negativo seguido nessa base de comparação e o mais intenso desde dezembro de 2009, quando a taxa ficou em -2,4%. No acumulado anual, os postos de trabalho na indústria recuaram 1,1% e diminuíram 0,3% em 12 meses.
Salário – O valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria caiu 2,5% em maio, ante abril, a terceira taxa negativa consecutiva, acumulando perda de 3,5% no período. A queda foi a mais intensa desde dezembro de 2010, quando ficou em -3,0%.
O resultado foi puxado pela diminuição de 2,5% verificada na indústria de transformação, já que o setor extrativo teve um avanço de 1,9%. Na comparação com maio de 2011, o valor da folha de pagamento real cresceu 1,1%, o 29.º resultado positivo consecutivo, sendo que apenas o parque industrial de São Paulo, maior do país, mostrou resultado negativo em maio (-4,1%). No acumulado em 2012, a folha de pagamento teve um avanço de 3,8%.
Entre as atividades, a folha de pagamento real cresceu em 13 dos 18 setores investigados, com destaque para máquinas e equipamentos (9,2%), indústrias extrativas (11,9%), alimentos e bebidas (3,6%), produtos químicos (5,6%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (2,5%), minerais não metálicos (3,6%) e borracha e plástico (3,1%). Na direção oposta, o setor de meios de transporte (-10,9%) exerceu o maior impacto negativo sobre o total da indústria.
Horas – Ainda segundo o IBGE, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria teve queda de 0,6% em maio em relação a abril, a terceira taxa negativa consecutiva, levando a uma perda de 2,6% nos três meses. Já na comparação com maio de 2011, as horas pagas diminuíram 2,8% (nona taxa negativa seguida e a mais intensa desde novembro de 2009 (-3,1%)). No acumulado do ano, o número de horas pagas caiu 1,7% e em 12 meses, perdeu 1,1%.
As principais influências negativas foram registradas em vestuário (-9,0%), produtos de metal (-5,0%), calçados e couro (-5,2%), papel e gráfica (-5,3%), têxtil (-5,8%), meios de transporte (-3,0%) e metalurgia básica (-6,1%). Na direção oposta, houve expansão nas horas pagas nas indústrias extrativas (3,1%), produtos químicos (1,4%) e máquinas e equipamentos (0,7%).
Indicadores – O IBGE já havia divulgado a notícia de que em maio, houve queda de 0,9% na produção industrial na relação com abril e recuo acumulado de 3,4% no ano, mostrando claramente que medidas pontuais de estímulo não são suficientes para resgatar o setor industrial da falta de competitividade, produtividade e da queda da demanda externa. O governo anunciou a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre eletrodomésticos da linha branca, móveis, automóveis e materiais para a construção, como meio de estimular a recuperação do setor industrial.
(Com Agência Estado)