Em áudio, Graça Foster fala em ‘gestão temerária’ na Petrobras
Em reunião tensa do Conselho, ex-presidente da Petrobras bateu boca com Miriam Belchior em relação ao balanço do terceiro trimestre de 2014

A ex-presidente da Petrobras Graça Foster reclamou de “gestão temerária” na estatal e se disse ofendida quando seus atos foram comparados aos da administração anterior, nomeada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O desabafo foi feito na tensa reunião do Conselho de Administração da companhia em 27 de janeiro deste ano, cujos embates levaram a executiva a renunciar. O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso ao áudio do encontro.
Na reunião, o colegiado discutia uma forma de estimar as perdas com a corrupção e o superfaturamento de obras descobertos na Operação Lava Jato. O objetivo era a publicação do balanço contábil do terceiro trimestre da estatal. Em rota de colisão com outros conselheiros, Graça defendeu a publicação de notas explicativas que indicavam, naquele momento, a necessidade de baixar 88 bilhões de reais dos ativos da empresa. Dias depois, contrariada com a divulgação do valor, a presidente Dilma Rousseff acertou com a executiva a renúncia dela e de mais cinco diretores.
Leia também:
Em áudio, diretor da Petrobras lista 35 funcionários “não confiáveis”
Ex-diretor da SBM diz que CGU não se esforçou para investigar Lava Jato antes das eleições
Na reunião, a então presidente da Petrobras bateu boca com a presidente da Caixa, Miriam Belchior, à época conselheira, por ter comparado seus atos aos da diretoria que deliberou sobre a compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. A aquisição foi aprovada em 2006 pelo conselho de administração e, segundo o TCU, gerou prejuízo de 792 milhões de dólares.
À época, o colegiado era presidido pela então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Em nota ao Estado, Dilma justificou que só aprovou o negócio porque o resumo executivo apresentado pelo então diretor Internacional, Nestor Cerveró, omitia cláusulas do negócio consideradas prejudiciais.
Miriam reclamou que, a exemplo do que teria ocorrido naquela época, Graça não levou à reunião de janeiro informações para o debate sobre o balanço da estatal e que fora surpreendida por dados apresentados por auditores da PricewaterhouseCoopers (PwC), responsável por assinar as demonstrações contábeis da companhia.
“Assusta a gente a informação não ter vindo para a mesa. Aí você se lembra de Pasadena”, protestou Miriam. “Não nos confunda com Pasadena. Não nos ofenda”, protestou Graça, acrescentando: “Se há dúvida, demita a diretoria”.
Na reunião, Graça afirmou que, quando assumiu a função, colocou em curso um programa para resolver “uma série” de falhas “que a empresa tinha, de coisas malfeitas”, que ela não aceitava. “Já tenho um monte de problemas decorrentes de gestão temerária de outros colegas”, disse, sem citar nomes.
(Com Estadão Conteúdo)
Essa é uma matéria exclusiva para assinantes. Se já é assinante, entre aqui. Assine para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.
Essa é uma matéria fechada para assinantes e não identificamos permissão de acesso na sua conta. Para tentar entrar com outro usuário, clique aqui ou adquira uma assinatura na oferta abaixo
Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique. Assine VEJA.
Plano para Democracia
- R$ 1 por mês.
- Acesso ao conteúdo digital completo até o fim das eleições.
- Conteúdos exclusivos de VEJA no site, com notícias 24h e acesso à edição digital da revista no app.
- Válido até 31/10/2022, sem renovação.
3 meses por R$ 3,00
( Pagamento Único )
Digital Completo
Acesso digital ilimitado aos conteúdos dos sites e apps da Veja e de todas publicações Abril: Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Placar, Superinteressante,
Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
30% de desconto
1 ano por R$ 82,80
(cada mês sai por R$ 6,90)