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Em ata, banco central dos EUA sinaliza risco de alta de juros no país

No último encontro, realizado em 1º de maio, o Fed decidiu manter os juros na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano, o maior nível em mais de duas décadas

Por Juliana Machado
Atualizado em 22 Maio 2024, 18h26 - Publicado em 22 Maio 2024, 16h09

O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, está disposto a aumentar a taxa de juros nos país se a trajetória da inflação não caminhar para a meta de longo prazo estabelecida, de 2%. A informação consta na ata da última reunião da autoridade monetária americana, divulgada na tarde desta quarta-feira, 22.

No último encontro, realizado em 1º de maio, o Fed decidiu manter os juros na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano, o maior nível em mais de duas décadas. A tendência por uma política monetária mais restritiva foi confirmada na ata divulgada hoje, que mostra que alguns participantes do Fed veem a possibilidade de elevar os juros se necessário.

“Vários participantes mencionaram o desejo de apertar ainda mais a política monetária, caso os riscos para a inflação [mais elevada] se materializem de tal forma que essa ação se torne apropriada”, diz trecho da ata.

O mercado financeiro recebeu a ata com pessimismo. Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones recuava 0,6% por volta das 16h05. S&P500 caia 0,5% e Nasdaq, 0,3%. No Brasil, o Ibovespa ampliou a queda para 1,2%, enquanto o dólar avançava 0,7%, vendido a 5,15 reais.

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As declarações no documento divulgado hoje mostraram que o Fed sustenta uma leitura mais dura sobre a inflação e levaram o mercado a se dividir ainda mais em relação a qual espaço tem a autoridade monetária para realizar cortes na taxa de juros.

Segundo os dados implícitos dos derivativos das Fed Funds, compilados pela ferramenta CME FedWatch, a probabilidade de corte do juro em julho caiu de 24,6% ontem para 17,4% hoje, após a divulgação da ata do Fed. Os derivativos mostram forte divisão entre as perspectivas para o juro a partir de julho, mas a previsão majoritária é de dois cortes este ano, em novembro e dezembro. Para a reunião de junho, a expectativa é de manutenção da taxa no patamar atual.

No documento, o Fed também mostrou preocupação com a evolução recente da inflação, mesmo reconhecendo que as expectativas de longo prazo seguem bem ancoradas. De acordo com a ata, alguns dados domésticos divulgados entre as últimas duas reuniões do Fed mostram a inflação “mais persistente do que o esperado previamente”, diante de uma economia mais resiliente.

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“Os participantes permanecem altamente atentos aos riscos da inflação e notam uma incerteza associada às perspectivas da economia”, afirma a ata. “Embora a política monetária seja vista como restritiva, muitos participantes comentaram sobre suas incertezas a respeito do grau de restrição.”

Para Gustavo Zuquim, gestor de portfólio do Andbank, a ata revela que os membros do Fed ainda demonstram confiança com a taxa de juros no nível em que está, mas reforçam que os próximos movimentos são integralmente dependentes da evolução dos dados. “A tão aguardada queda de juros só ocorrerá quando os dados da economia mostrarem um caminho de contenção sustentável da inflação”, diz.

As informações da ata também vêm em linha com as declarações recentes do presidente da entidade, Jerome Powell, que enfatizou a necessidade de paciência e observação da política restritiva diante da persistência da inflação, afirma Guilherme Jung, economista da Alta Vista Research. “Além disso, vários participantes destacaram a incerteza em relação ao impacto dos eventos geopolíticos no aumento dos preços das matérias-primas, considerando isso como um risco ascendente para a inflação.”

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