Em 12 meses, tomate bate inflação acumulada em 14 anos
Produto subiu mais 7,39% em abril e 149,69% em 12 meses. Confira a variação de preços para todos os itens que compõem o IPCA, medida oficial da inflação
Ao contrário dos prognósticos mais otimistas, a inflação dos alimentos cedeu muito pouco em abril (de 1,14% em março para 0,96%) e continua pressionando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência para a política de metas do governo.
Entre os vilões da inflação, o tomate reaparece com alta de 7,39% no mês. É mais do que o teto da meta do governo para todo o ano, de 6,5%. Outros doze itens pesquisados pelo IBGE também estouraram em um único mês o resultado limite para o ano, todos eles do grupo alimentos e bebidas, incluindo quatro pesos-pesados da mesa do brasileiro: batata (16,16%), cebola (10,96%), feijão carioca (9,44%) e banana-prata (6,96%).
A alta persistente do tomate garante a ele o primeiro lugar entre os preços que mais subiram em 12 meses: 149,69%, mais do que a inflação acumulada em 14 anos (145%). Atrás do tomate aparecem a farinha de mandioca (146%), a batata (123,48%) e outros 34 produtos do grupo alimentos e bebidas. Dos demais grupos, os itens que mais subiram em 12 meses foram cigarro (21,23%), joias (17,71%), fisioterapeuta (14,94%) e óleo diesel (14,49%).
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Clique na imagem abaixo e confira a variação dos preços em abril, medida pelo IPCA, para cada item acompanhado pelo IBGE. A área representa o peso do produto no índice geral da inflação, e a cor, a variação de preço. Em laranja, estão os produtos que subiram. Em azul, os que caíram de preço. Em amarelo, o destaque é a batata-inglesa, que subiu 16,16% no mês.
Clique na imagem abaixo e confira a variação dos preços nos últimos 12 meses, medida pelo IPCA, para cada item acompanhado pelo IBGE. Em amarelo, o destaque é o tomate, vilão da inflação no período (alta de 149,69%).