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Efeito estatístico faz Brasil avançar em ranking dos países mais competitivos

Retirada do 'spread bancário' do cálculo faz país saltar 53 posições no critério "macroeconômico"; como resultado, Brasil sobe 5 postos no cômputo geral

Por Da Redação
5 set 2012, 09h56

Ainda que entre os 50 mais competitivos, Brasil faz feio e ocupa o fim da fila: a 48ª posição

Graças a uma combinação de fatores fortuitos e estatísticos, o Brasil entrou, pela primeira vez, para a lista dos 50 países mais competitivos do mundo, aponta o Relatório Global de Competitividade divulgado nesta quarta-feira pelo Fórum Econômico Mundial. Para chegar à 48ª posição desta edição do ranking, o país subiu cinco lugares desde o ano passado.

A melhora relativa no ambiente macroeconômico, haja vista que os países desenvolvidos passam por estagnação ou recessão, e o efeito estatístico da retirada do item “spread bancário” do cálculo explicam o modesto avanço. O Brasil, no entanto, continua com índices vergonhosos em eficiência da gestão pública, confiança na classe política, qualidade da educação, infraestrutura de transportes e carga tributária. Em inovação, a economia doméstica conseguiu andar para trás.

Líderes – No topo do ranking, pelo quarto ano consecutivo, está a Suíça. Cingapura ficou em segundo lugar, seguido por Finlândia, Suécia, Holanda e Alemanha. Já os Estados Unidos caíram da quinta posição que ocupavam em 2011 para o sétimo lugar. Em oitavo, nono e décimo lugares ficaram Reino Unido, Hong Kong e Japão, respectivamente.

De acordo com o responsável pela análise dos dados brasileiros, Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, o ranking foi afetado pela incerteza crescente advinda da crise na Europa, da vulnerabilidade norte-americana e da desaceleração da China. A Fundação coordena a coleta e a análise de dados brasileiros.

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Acaso e efeito estatístico – A melhor avaliação sobre a macroeconomia nacional ajudou a melhorar a posição relativa do país no ranking. Neste ano, o Brasil subiu 53 posições no critério “ambiente macroeconômico”, saindo da 115ª colocação em 2011 para a 62ª. O salto, segundo a Fundação Dom Cabral, pode ser consequência da exclusão do indicador “spread bancário” – a diferença entre a taxa média de juros para captação de recursos e a taxa de empréstimo aos clientes finais – do estudo deste ano. O indicador costuma ser “problemático” para o país, de acordo com a Fundação, mas foi retirado da análise de 2012 por ser considerado ruim para comparar o grau de eficiência bancária nos diversos países.

Arruda explica que as medidas tomadas pelo governo Dilma Rousseff de redução da taxa básica de juros e consequente na queda dos juros bancários teriam impacto positivo para a colocação do país no ranking, mas não conseguiriam fazer com que o “ambiente macroeconômico” subisse tantas posições.

Além da macroeconomia, o “uso de tecnologias de informação e comunicação” também ajudou a tornar o país mais competitivo, de acordo com o relatório do Fórum Econômico Mundial. O indicador sobre “sofisticação dos negócios”, apesar de ter caído dois pontos de 2011 para 2012, ainda é positivo: o Brasil ficou em 33º lugar.

Pontos fracos – Do outro lado, os níveis de “confiança nos políticos” e “eficiência das políticas de governo” colocam o país em 121ª e 111ª posição, respectivamente. O Brasil também fica mal posicionado na avaliação da “qualidade da infraestrutura de transportes” (79ª posição), da “qualidade da educação” (116ª posição) e do “volume de taxação como limitador ao trabalho e investimentos” (144ª posição).

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No pilar “inovação”, o Brasil caiu da 44ª para 49ª posição. O resultado, avalia Arruda, está ligado à falta de mão de obra qualificada.

O relatório é feito com dados estatísticos nacionais e internacionais, além de pesquisa de opinião feita com executivos. Em 2012, o estudo analisou a competitividade de 144 países.

(com Agência Estado)

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