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Economia chinesa travou em 2021, e as ondas de choque devem continuar

A partir do segundo semestre de 2021, as engrenagens que movem a fábrica do planeta emperraram em meio a um surto de hiperdemanda pós-pandemia

Por Luana Zanobia 24 dez 2021, 08h00

Um ditado recorrente no mundo dos negócios globais dá conta de que, quando a China espirra, o resto do mundo tem febre. Foi mais ou menos isso que aconteceu a partir do segundo semestre de 2021, quando as engrenagens que movem a fábrica do planeta emperraram em meio a um surto de hiperdemanda pós-pandemia. Depois de praticamente parar durante o catastrófico ano de 2020, a máquina chinesa retornou a toda a velocidade em 2021, em um processo de recuperação das perdas — só que em uma escala titânica. O resultado foi um estrangulamento na capacidade de fornecimento de energia, que forçou o governo a religar velhas usinas já desativadas, associado à escassez de matérias-primas e a um colapso no sistema logístico, com acúmulo de contêineres estocados nos portos, falta de navios e atrasos gigantescos na entrega de mercadorias. Com a procura superaquecida, o custo do frete global saltou de 1 832 dólares por contêiner em janeiro de 2020 para os atuais 9 195 dólares. Como resultado, a hecatombe logística provocou a paralisação de fábricas de carros e artefatos eletrônicos por falta de chip e outros componentes made in China.

Especialistas em comércio exterior estimam que o desarranjo chinês ainda provocará ondas de choque nos próximos meses. Um elemento particularmente perigoso se adiciona à mistura na forma da crise imobiliária que eclodiu com o colapso de uma das maiores empreiteiras do país, a Evergrande. Com 778 canteiros de obras em 223 cidades, a construtora acumulou uma dívida de 300 bilhões de dólares, que se tornou impagável com a retração no crédito e na queda das negociações imobiliárias que inflavam o então pujante mercado de construção civil chinês — 30% do PIB do país decorre desse setor. Na contramão de praticamente todas as nações do planeta, o governo chinês anunciou no início de dezembro que manterá os estímulos à economia como uma maneira de evitar novos problemas. A medida tem como pano de fundo um cenário que já dá como certa uma redução no ritmo de crescimento da China para cerca de 5% em 2022, um dos mais baixos nos últimos anos. Ainda resfriado, o gigante da Ásia é observado com atenção por todo o planeta.

Publicado em VEJA de 29 de dezembro de 2021, edição nº 2770

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