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Dólar volta a subir e fecha cotado a R$ 4,08, no maior patamar em 3 meses

Investidores estão na expectativa por discurso do presidente do Fed nesta sexta-feira; em dia de correção, bolsa cai 1,2%, após alta de 2% na véspera

Por André Romani Atualizado em 22 ago 2019, 17h34 - Publicado em 22 ago 2019, 17h33

O dólar comercial subiu 1,1% nesta quinta-feira, 22, cotado a 4,08 reais para a venda, impulsionado pela expectativa do mercado para o discurso de amanhã do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). É o maior patamar do câmbio desde o dia 20 de maio, quando a moeda era negociada a 4,10 reais. Investidores esperam que Jerome Powell dê sinais sobre novos cortes na taxa de juros no país. Também de olho no cenário externo e em movimento de correção após a alta de 2% na quarta, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, teve queda de 1,2%, retornando aos 100.011 pontos.

O mercado aguarda ansiosamente pelo discurso de Powell na tradicional reunião anual dos BCs dos Estados Unidos, em Jackson Hole, no estado de Wyoming. Na quarta, foi divulgada a ata da reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto), órgão de política monetária do Fed, que definiu o corte da taxa de juros de 0,25 ponto percentual, em julho, o primeiro em uma década mesmo assim, o movimento foi considerado insuficiente pelos investidores.

A ata desanimou o mercado. O órgão evitou dar sinais de uma nova agenda de corte de juros pelo colegiado, tratando a redução que ocorreu no final de julho como pontual. Os investidores esperam que Powell saia desse discurso na sexta. Para complementar, a presidente do Fed de Kansas City, Esther George, disse nesta quinta que ficaria feliz em deixar a taxa de juros em seu nível atual.

No caso do dólar, além dessa expectativa, influenciou também o fato de a moeda estar em “um movimento natural de valorização em todo o mundo”, segundo André Perfeito, economista-chefe da corretora Necton.

Já a bolsa, também influenciada pelo Fed, viveu um dia de correção. Na quarta, o índice fechou em alta de 2% de olho no calendário de privatizações do governo. Um possível plano de desestatização da Petrobras até 2022 era o que mais animava o mercado, segundo o analista. O governo desconversou o assunto nesta quinta. O presidente Jair Bolsonaro disse que o governo “estuda tudo”. “Pode privatizar qualquer coisa no Brasil”, acrescentou ele. Para Perfeito, “ontem subiu forte por causa da privatização da Petrobras, mas essa notícia não foi confirmada”. “Isso gerou o movimento de correção hoje.”

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