Por Silvana Rocha
São Paulo – Informações extraoficiais no começo da tarde sobre as mudanças na rentabilidade da caderneta de poupança provocaram um movimento de realização de lucros no mercado de câmbio. Em consequência, o dólar virou para o campo negativo na segunda parte da sessão, após operar em alta desde a abertura, e o volume de negócios manteve-se firme, embora levemente inferior ao da véspera. Apesar de o dólar ter renovado as mínimas várias vezes até o fechamento, o BC não fez leilão de compra, pela terceira sessão seguida.
Sobretudo tesourarias de bancos, que compraram dólar mais cedo em reação ao dado fraco de produção industrial no País, passaram a ofertar a moeda à tarde, num movimento de day-trade. “A queda de 0,5% da produção industrial em março ante fevereiro e de -2,01% em relação a março de 2011 abre espaço para novo corte de juros e isso piora a perspectiva de fluxo financeiro para o País, que já está negativo desde março”, observou um operador de tesouraria de um banco, para justificar a demanda inicial pelo dólar. Os exportadores também apareceram para vender a divisa na sessão vespertina, a fim de aproveitar a taxa de câmbio ainda atrativa, acima do patamar de R$ 1,9240, ajudando a empurrar as cotações para baixo.
Convém destacar que esse movimento de realização de lucros no câmbio ocorre após o dólar atingir na quarta-feira o valor mais alto desde 17 de julho de 2009, de R$ 1,9210 (+0,79%) – na sétima sessão seguida em que a moeda não recuava e na quarta vez consecutiva em que fechou no campo positivo. No mercado à vista, o dólar fechou nesta quinta-feira nas mínimas do dia e em queda, cotado a R$ 1,9150 (-0,31%) no balcão, e a R$ 1,9210 (-0,03%) na BM&F.