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Dólar tem leve alta em pregão com ação do BC e preocupação com exterior

Atuação do Banco Central conteve disparada da moeda norte americana apesar de riscos internacionais

Por Reuters Atualizado em 11 dez 2018, 20h05 - Publicado em 11 dez 2018, 17h38

O dólar comercial fechou nesta terça-feira, 11, em leve alta, cotado a 3,920 reais. A atuação do Banco Central no mercado de câmbio atenuou as preocupações com questões internacionais, como o processo de saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) e ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de paralisação do governo americano.

O dólar avançou 0,05%, a 3,9207 reais na venda, depois de bater a mínima de 3,8892 reais logo após a abertura. Na máxima, esta tarde, foi a 3,9239 reais.

Segundo o diretor da corretora Miae Asset, Pablo Spyer, a indefinição sobre o Brexit. “Ninguém tem a menor ideia de qual será o resultado e isso traz ansiedade e cautela”.

Spyer se refere à notícia de que parlamentares do partido da primeira-ministra britânica, Theresa May, estão confiantes de que conseguiram o número suficientes de cartas para provocar um voto de não confiança sobre a liderança da premiê, disse a sub-editora de política da emissora Sky News nesta terça-feira.

May tem encontrado dificuldades no acordo para o Reino Unido deixar a União Europeia. Depois de ter conseguido chegar a um consenso com o bloco europeu, corria o risco de não aprovar o texto no Parlamento no país. Na véspera, temendo uma derrota, preferiu suspender a votação do texto que iria à votação nesta terça-feira.

Mais cedo, um porta-voz de May disse que o acordo seria colocado em votação em 21 de janeiro.

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A notícia sobre o voto de não-confiança acabou reacendendo a cautela nos negócios globais e fazendo o dólar subir ante as divisas emergentes, como o peso chileno, e a apagar a queda ante real. A moeda também subia ante a cesta de moedas

O movimento ganhou reforço com ameaças de Trump, de que preferia uma paralisação do governo a ficar sem recursos para construir um muro na fronteira com o México.

Internamente, o dólar subiu 2 por cento nas últimas cinco sessões e terminou na véspera no maior valor desde 2 de outubro, o que levou o Banco Central a anunciar um novo leilão de linha –venda com compromisso de recompra –, ajudando na resiliência da moeda local.

“Tudo indica que a intervenção do BC será capaz de conter a pressão sobre a moeda estrangeira, sinalizando claramente que repetirá o movimento toda vez que fatores externos promoverem a desvalorização artificial da moeda nacional”, escreveu mais cedo a corretora Correparti em relatório.

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Para os analistas da corretora, o BC “manteve a coerência” ao chamar os leilões após a moeda norte-americana ter se aproximado do patamar de 3,95 reais.

O Banco Central vendeu integralmente mais 1 bilhão de dólares em linha, no quarto leilão de novos contratos feito desde o final de novembro pela autoridade, que ainda rolou mais 1,25 bilhão de dólares que venciam no início deste mês. Em novos contratos, foram 4 bilhões de dólares até o momento.

“A preocupação é que a tensão externa se some ao período onde as empresas direcionam recursos para suas matrizes e a intervenção visa dar liquidez e segurar um pulo mais forte do dólar ante o real na reta final do ano”, escreveu o analista da corretora Mirae Pedro Galdi.

Além do Brexit, outras preocupações que içaram recentemente a moeda norte-americana ainda não se dissiparam, entre eles a desaceleração econômica global, guerra comercial entre Estados Unidos e China e o Brexit.

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Nesta tarde, o Washington Post informou, citando autoridades dos EUA, que o governo Donald Trump vai condenar a China por hacking e espionagem econômica e tomará medidas contra a nação asiática usando sanções e indiciamentos.

Mais cedo, China e EUA discutiram o roteiro para o próximo estágio de suas negociações comerciais, durante uma ligação telefônica entre o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, e o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, e o representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, o que ajudou a aliviar os mercados.

Internamente, os investidores seguiam monitorando o noticiário político local, a poucos dias de ter início o novo governo.

O BC vendeu nesta sessão 13,83 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 4,84 bilhões de dólares do total de 10,373 bilhões de dólares que vence em janeiro.

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Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final da semana que vem, terá feito a rolagem integral.

 

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