Dólar atinge novo recorde e fecha a R$ 6,09, mesmo após intervenção do BC

Banco Central realizou leilão de US$ 1,63 bilhão no mercado à vista, a maior operação desde 2020

Por Redação 16 dez 2024, 17h30

Dólar dos Estados Unidos ao lado de moeda de real (Yasuyoshi CHIBA/AFP)

Ainda com o cenário fiscal do país no radar, o dólar voltou a atingir um novo recorde de fechamento na sessão desta segunda-feira, 16. A moeda americana fechou em alta de 0,99%, cotada a R$ 6,098.

Nem mesmo os dois leilões promovidos pelo Banco Central ao longo dia foram capazes de travar a alta. O primeiro, que já havia sido anunciado pelo BC na sexta-feira, leiloou até US$ 3 bilhões, com compromisso de recompra. Neste tipo de operação, a instituição vende dólares no mercado à vista, mas assume o compromisso de recomprar esses dólares em uma data futura. Trata-se de uma ferramenta para fornecer liquidez ao mercado, evitando flutuações abruptas no câmbio. Na prática, funciona como uma espécie de empréstimo de dólares, já que o BC não está efetivamente reduzindo suas reservas internacionais.

Mais tarde, o BC também realizou um leilão extra de US$ 1,63 bilhão no mercado à vista. Nesta modalidade, a instituição vende dólares diretamente de suas reservas internacionais para os participantes do mercado, sem compromisso de recompra. Esta foi a maior intervenção feita pelo BC desde o início de 2020, no auge das incertezas sobre a pandemia covid-19.

O mercado segue atento ao cenário fiscal do país, diante de preocupações com a possível desidratação do pacote de corte de gastos no Congresso. Na tarde de hoje, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esteve com o presidente Lula para este e outros temas econômicos, como as alterações feitas pelo Senado no texto da reforma tributária.

Esta é a última semana para o Congresso aprovar os textos do pacote fiscal, o orçamento de 2025 e a regulamentação da reforma tributária antes do recesso parlamentar, que começa oficialmente em 23 de dezembro.