Por Nalu Fernandes
São Paulo – As taxas de juros futuras devolveram parte dos prêmios que acumularam na parte da manhã, voltando a testar as mínimas no meio da tarde. Pela manhã, os investidores encontraram nas declarações do secretário especial para Assuntos Internacionais da presidência da República, Marco Aurélio Garcia, sobre queda moderada do juro, e na pesquisa Focus o combustível para recompor parte dos prêmios nos DIs. Mas o acúmulo de prêmios não se sustentou até o fechamento desta segunda-feira, diante da expectativa com a divulgação do PIB e da produção industrial, números que ainda podem fortalecer os argumentos para um corte mais agressivo do juro nesta semana.
Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (293.315 contratos) estava em 9,03%, nivelado ao ajuste, enquanto o DI janeiro de 2014 (174.840 contratos) marcava mínima de 9,59%, também idêntico ao fechamento de sexta-feira. O DI janeiro de 2017, com giro de 20.035 contratos, apontava 10,73%, de 10,76%, e o DI janeiro de 2021 (5.650 contratos) indicava 11,22%, de 11,24%.
As chances de um corte de 0,75 pp diminuíram em relação ao nível embutido na sexta-feira, segundo cálculos com base nos juros futuros, mas estão maiores do que o nível que estava sendo estimado mais cedo nesta segunda-feira, cita um operador. Do lado dos economistas, além de Nomura e Icap, que revisaram para 0,75 pp e 1 pp, respectivamente, a projeção de corte da Selic na quarta-feira, a Leme Investimentos também alterou sua previsão para uma redução de 0,75 pp nesta reunião, segundo apurou a repórter Denise Abarca. O cenário externo também favorece a redução de prêmios dos juros, com redução na estimativa de crescimento da China, de 8,0% para 7,5%, pesando sobre os mercados globais, com respectiva elevação da aversão ao risco.
A pesquisa Focus, divulgada hoje, mostra que o mercado manteve pela 16ª semana consecutiva a aposta de que o Copom deve reduzir a taxa básica da economia, a Selic, para 10% ao ano em março, continuando a prever corte de 0,50 ponto porcentual desta semana. A Focus capturou elevação das previsões de IPCA para 2012, 2013 e também 2014. De acordo com o levantamento, a média das estimativas para a inflação oficial em 2012 avançou de 5,23% para 5,25%. Para 2013, o avanço foi de 5,23% para 5,26%. Para 2014, em igual trajetória, a média subiu de 5,01% para 5,03%.
Amanhã, a divulgação do PIB de 2011 será como olhar no retrovisor, mas deve renovar o fôlego das declarações do presidente do BC, Alexandre Tombini, sobre crescimento da economia abaixo do potencial, podendo retirar mais prêmios dos DIs.