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Diante de restrições em voos comerciais, viagens de jato executivo crescem

Enquanto viagens comerciais tiveram a segurança colocada em xeque na pandemia, aviação executiva atrai consumidores e ganha presença nos céus brasileiros

Por Felipe Mendes Atualizado em 25 jun 2021, 22h30 - Publicado em 24 jun 2021, 08h52

Tão logo desembarcou no Brasil, a pandemia do novo coronavírus ocasionou uma redução de mais de 90% da oferta de voos. Desde a reabertura da economia, em meados de junho de 2020, esse número tem sido recomposto pouco a pouco. Mas as diversas restrições na aviação comercial seguem afugentando parte do público, sobretudo o de maior poder aquisitivo. Neste vácuo do mercado, outro segmento ganhou destaque: o da aviação executiva. Segundo números da startup Flapper, plataforma de aviação sob demanda, 260.693 cotações de voos foram realizadas nos cinco primeiros meses deste ano, avanço de 175% frente ao mesmo período de 2020.

A praticidade de não ter de se preocupar em fazer check-in, de poder pular a fila do embarque e ter um serviço de bordo privilegiado são comodidades levadas em conta por quem opta por esse tipo de oferta. A descentralização do trabalho nos grandes centros urbanos ocasionada pela pandemia também é outro fator importante. O mercado, inclusive, recebeu novos entrantes. Fundada em 2019, mas com operação iniciada em agosto de 2020, a Alphajets tem realizado aproximadamente 30 viagens por mês. Embora não revele dados de faturamento, Fernando Wendling, CEO da companhia, diz que, desde o segundo mês de operação, a demanda tem sido intensa. “Com a pandemia, as pessoas com necessidade de se locomover viram que além do luxo, o táxi aéreo virou um transporte essencial, pois oferece segurança, agilidade e privacidade”, reflete.

Hoje, Wendling estima que 60% das viagens executivas sejam a trabalho e, uma parte significativa, 40%, a lazer. Mostra disso, o trajeto mais procurado por passageiros é o distrito de Trancoso, na Bahia. O trajeto de São Paulo à Trancoso custa, em média, 65 mil reais, ou 7,2 mil reais se dividido para cada um dos nove passageiros. “A ponte aérea do paulistano hoje não é mais para o Rio de Janeiro. Eu faço cerca de 30 voos por mês: 30% disso é para Trancoso”, diz. Outro destino cobiçado, conta o CEO, é a ilha de Fernando de Noronha, que pertence ao Pernambuco — na viagem de São Paulo ao arquipélago, o cliente desembolsa 170 mil reais. Também há a possibilidade de viajar para fora do país. Um voo para Buenos Aires, na Argentina, sai por volta de 130 mil reais, enquanto Cancún, no México, exige 420 mil reais.

Mas há companhias que trabalham para “popularizar” esse tipo de viagem. Uma delas é a própria Flapper. Conhecida como a “Uber da aviação”, parte do serviço da empresa é oferecer, por meio de aplicativo móvel e na internet, passagens de empty leg, que é quando o jato faz o trajeto de retorno a sua base. Como esses voos geralmente são vazios, a Flapper consegue conectar os clientes às companhias de voos executivos com passagens a um preço atrativo. Nos cinco primeiros meses de 2021, a startup, fundada em 2016, viu o crescimento desse tipo de demanda atingir 281% em relação a igual período no ano anterior. Se o tíquete médio de voos fretados de janeiro a maio foi de 57.750 reais, nos voos compartilhados esse valor é reduzido para 1.450 reais.

Para Paul Malicki, CEO da Flapper, a vertente de voos compartilhados é um ‘ganha-ganha’ para as empresas e para o consumidor, já que os aviões deixam de retornar vazios. “As empresas compartilham conosco ofertas de aviões vazios e nós simplesmente oferecemos esse voo por acento. O preço descontado acaba sendo 60% abaixo do que seria pago por passageiro numa viagem convencional”, explica. “Geralmente, é uma ótima alternativa ao voo comercial, com flexibilidade de preço. Nos meses de abril e maio, nós batemos recordes de voos compartilhados realizados”, diz. Durante a pandemia, esse tipo de voo também está sendo demandado, fortuitamente, para o transporte de vacinas e repatriação.

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