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Desemprego chega à mínima histórica com temporários

Por Da Redação
22 dez 2011, 11h36

RIO DE JANEIRO (Reuters) – A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,2 por cento em novembro, o menor patamar já registrado pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que começou em 2002, segundo informou o Instituto nesta quinta-feira.

O dado se compara a uma taxa de 5,8 por cento em outubro deste ano e aos 5,7 por cento de novembro do ano passado. Economistas consultados pela Reuters projetavam leitura de 5,65 por cento.

Ao explicar os dados, o gerente da PME, Cimar Azeredo, disse que “normalmente, a contratação de temporários para as festas de fim de ano acontece no início de dezembro, mas quando o poder de compra do trabalhador está forte, isso é antecipado para novembro ou até outubro”.

No entanto, os números do IBGE contrastam com os do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), informados pelo Ministério do Trabalho na terça-feira. De acordo com o Caged, a economia brasileira teve em novembro a menor geração de empregos formais em 11 meses, registrando a pior criação de vagas para o mês em três anos, em um possível indicativo dos efeitos da crise internacional sobre a atividade doméstica.

“Esse é um período de contratações sazonais e é preciso esperar janeiro para saber se há efeito da crise. Em janeiro é que começam as dispensas”, disse Azeredo, lembrando que as metodologias do Caged e da PME são distintas.

Na pesquisa do IBGE, a população ocupada aumentou 0,7 por cento no mês, o equivalente a um acréscimo de 148 mil pessoas. Em relação a novembro do ano passado, a população ocupada cresceu 1,9 por cento, ou 431 mil pessoas.

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A taxa de desemprego na média do ano está em 6,1 por cento, abaixo da média de 6,7 por cento de todo o ano de 2010. Em novembro, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre ancoraram a queda no desemprego com taxas abaixo da média. Em São Paulo, o desemprego ficou em 5 por cento; em Belo Horizonte, 4,2 por cento e em Porto Alegre, 3,6 por cento.

Além da contratação do comércio para atender as festas de fim de ano, a construção civil também contratou fortemente no mês de novembro, segundo o IBGE. Na comparação com novembro de 2010, a construção aumentou o número de vagas em 8,8 por cento. O bom desempenho da construção ocorreu em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte “Tem uma série de obras em curso para Copa do Mundo, Olimpíadas e um aquecimento do setor imobiliário que favorecem as contratações de trabalhadores”, disse Cimar Azeredo.

Por outro lado, a indústria voltou a demitir e manteve a sua trajetória de perda de participação no mercado de trabalho. Em novembro, a industria representava 16 por cento do total de ocupados, o menor percentual para um mês de novembro de toda a série.

O rendimento médio do trabalhador ocupado subiu 0,1 por cento em novembro ante outubro, para 1.623,40 reais. O valor representa uma alta de 0,7 por cento sobre o de novembro de 2010. Na média do ano, o rendimento apresenta um ganho de 2,7 por cento acima do mesmo período do ano passado.

Em nota divulgada nesta quinta-feira, a analista de Pesquisa Macroeconômica do Banco Santander, Fernanda Consorte, diz que “a renda real mostrou melhor resultado do que o observado no mês anterior”. Os analistas do banco acreditam que “o piso da renda foi registrado em outubro” e que, portanto, “ela pode continuar a melhorar nos próximos meses.

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Com base nessa visão, o banco mantém sua previsão de crescimento da atividade econômica no começo de 2012, mas afirma que o baixo patamar de desemprego, combinado com ganhos na renda real, “significa continuidade da pressão no cenário de inflação, especialmente nos preços dos serviços.”

Porém, na avaliação dos analistas da Rosenberg Consultores Associados, o crescimento médio real dos ocupados no mês de novembro, de 0,1 por cento sobre outubro, “foi muito modesto na margem”. A consultoria lembra que “este é o terceiro mês consecutivo de rendimento relativamente estável, o que pode ser consequência da admissão de trabalhadores com rendimento médio menor”.

Diante desse quadro, a consultoria avalia que “o primeiro trimestre de 2012 pode ser menos alvissareiro, conforme se propaguem os efeitos da desaceleração do ritmo de atividade.”

(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier; Edição de Hélio Barboza)

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