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Desaceleração na produção faz indústria andar pra trás em 2022

Recuo de 0,7% vem após a reação em 2021; setor perdeu ritmo durante o ano por causa de juros altos e fim do fôlego de pacotes de estímulo ao consumo

Por Larissa Quintino Atualizado em 3 fev 2023, 09h58 - Publicado em 3 fev 2023, 09h40

A produção industrial brasileira encerrou o ano de 2022 com queda de 0,7%, sem conseguir dar ritmo à recuperação iniciada em 2021, quando o setor cresceu 3,9%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta-feira, 3, na Pesquisa Industrial Mensal. Segundo o instituto, em dezembro, a indústria não teve variação, ficando estagnada.

Segundo os dados setoriais do IBGE, apesar da queda de 2022 vir precedida de crescimento industrial em 2021, nos anos anteriores o ritmo também era de encolhimento da atividade industrial, de 1,1% em 2019 — período pré-pandemia — e 4,5% em 2021. “Muito do crescimento de 2021 (3,9%) tem relação direta com a queda significativa de 2020, ocasionada por conta do início da pandemia. Avançou em 2021, mas foi influenciada por uma base baixa de comparação e não superou as perdas de 2020”, afirma André Macedo, gerente da pesquisa.

Durante 2022, o setor teve dois comportamentos distintos. No primeiro semestre e início do segundo, respondeu às medidas de incremento da renda realizada pelo governo de Jair Bolsonaro, como a antecipação do 13º para aposentados e pensionistas, liberação do FGTS, adoção de medidas de estímulo ao crédito, Auxílio-Brasil e auxílio concedido aos caminhoneiros, entre outros. “Ao longo do segundo semestre, essa resposta perdeu fôlego e a indústria teve um comportamento de menor intensidade e com maior frequência de resultados negativos”, afirma Macedo.

Para além da perda de fôlego das medidas tomadas pelo governo no período pré-eleitoral, o recuo da indústria em 2022 também tem forte influência da taxa de juros em elevação, que afeta diretamente os custos de crédito, além da inflação, principalmente dos alimentos, que impacta na renda das famílias e, por consequência, no consumo. “Também há influência do aumento nas taxas de inadimplência e de endividamento. E o mercado de trabalho, que embora tenha mostrado clara recuperação ao longo do ano, ainda se caracteriza pela precarização dos postos de trabalhos gerados”, diz.

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A queda de 0,7% no fechamento de 2022 atingiu todas as quatro grandes categorias econômicas, além da maioria dos ramos (17 de 26), dos grupos (54 de 79) e dos produtos (62,4% dos 805 pesquisados), mostrando o caráter disseminado da desaceleração.

A maior influência foi do setor de indústrias extrativas (-3,2%), puxado pelo minério de ferro. Outros segmentos também se destacaram, como produtos de metal (-9%), metalurgia (-5%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-10,7%) e produtos de borracha e de material plástico (-5,7%). Por outro lado, entre a minoria das atividades com expansão na produção, a de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, que registrou alta de 6,6%, exerceu a maior influência positiva. “Trata-se de um setor que manteve comportamento positivo ao longo de 2022, impulsionado, principalmente, por produtos com maior ligação com a mobilidade”, analisa o pesquisador.

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