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Deflação aumenta expectativa quanto a nova queda no preço do combustível

Recuo do preço do petróleo no mercado internacional diminui as pressões inflacionárias e abre espaço para novos reajustes da Petrobras

Por Luana Zanobia Atualizado em 9 set 2022, 14h57 - Publicado em 9 set 2022, 14h39

A deflação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto está criando uma expectativa para a possibilidade de a baixa de preços continuar. A forte queda do preço do petróleo do mercado intencional, com o Brent sendo negociado abaixo de 90 dólares o barril, está reduzindo as pressões inflacionárias dos últimos meses, e abriu espaço para o mercado esperar uma nova redução dos preços dos combustíveis nas próximas semanas. Assim, poderá se garantir mais uma deflação para setembro, acumulando três meses seguidos de diminuição dos preços na economia.

O petróleo Brent encerrou a quinta-feira, 8, cotado a 88 dólares. Esse é o menor valor dos últimos sete meses. A última vez que o Brent foi negociado nesse patamar foi em janeiro, antes da eclosão da guerra no Leste Europeu, que fez disparar o preço da commodity. Agora, a desaceleração das principais economias e os temores de uma recessão global estão fazendo o preço do petróleo cair. “Há fatores de risco para os preços, em especial, a própria guerra e as consequências das sanções à Rússia. Contudo, têm prevalecido os temores de recessão da economia global nos próximos trimestres, à medida que os bancos centrais continuam elevando as taxas de juros para combater pressões inflacionárias, em ambiente no qual há riscos ao fornecimento de combustíveis para a Europa no inverno e a China continua lidando com riscos associados ao setor imobiliário”, diz Robson Pereira, economista-chefe da Brasilprev e professor da Eseg.

A Petrobras já realizou cinco cortes nos preços dos combustíveis nos últimos meses, mas ainda há espaço para novas quedas, uma vez que o preço do combustível no mercado doméstico está abaixo das cotações do mercado internacional. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustível (Abicom) estima uma defasagem de 12% no preço da gasolina em relação ao mercado internacional, abrindo espaço para uma queda dessa magnitude nas próximas semanas. No cálculo dos especialistas da Ativa Investimentos, a defasagem já chega a 17%, com o petróleo abaixo de 90 dólares e a queda do câmbio.

A alta dos preços dos combustíveis no Brasil gerou um verdadeiro cabo de guerra entre o governo Bolsonaro e a Petrobras, nos últimos meses, com diversas trocas na presidência da companhia. Sem conseguir a interferência desejada, o governo articulou a redução do imposto sobre os combustíveis, o ICMS. No IPCA de agosto, o item Transportes foi o que mais contribuiu para a deflação de 0,36% do mês. Esse foi o segundo recuo consecutivo do índice, levando a inflação cair de 10,7% para 8,73% no acumulado de doze meses. “Com o cenário de desaceleração, aumentam as chances de observamos outros movimentos baixistas de preços nas refinarias brasileiras, o que contribuiria adicionalmente para reduzir a inflação de curto prazo no país, favorecendo a interrupção do ciclo de alta dos juros por parte do Banco Central”, diz Pereira.

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