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Decisão de Bolsonaro de acabar com DPVAT atinge empresa de Luciano Bivar

Atual desafeto do presidente da República, Bivar é o controlador da seguradora Excelsior, uma das credenciadas pelo governo para cobertura do DPVAT

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 12 nov 2019, 15h30 - Publicado em 12 nov 2019, 15h23

A decisão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de editar uma medida provisória que extingue, a partir de janeiro de 2020, o seguro obrigatório DPVAT vai atingir em cheio os negócios do presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE). Atual desafeto do presidente da República, Bivar é o controlador e presidente do conselho de administração da seguradora Excelsior, uma das credenciadas pelo governo para cobertura do seguro DPVAT. A empresa intermediou o pagamento, de janeiro a junho deste ano, de 168 milhões de reais em indenizações relacionadas ao seguro, segundo a Seguradora Líder, atual gestora do DPVAT.

A Excelsior Seguros foi adquirida por Bivar na década de 1990. Em seu site, a Excelsior se declara a maior seguradora do Nordeste. Questionado sobre o assunto, o Palácio do Planalto não comentou. Bivar também não se manifestou. Em 2017, Luciano Bivar assumiu o mandato de deputado federal na suplência de um parlamentar do PSB que se licenciou para assumir uma secretaria no governo de Pernambuco. Desde então, passou a defender na Câmara os interesses das seguradoras.

Um dos projetos em que Bivar atuou visava impedir que o consumidor tivesse o direito de escolher em qual oficina levar o carro em caso de cobertura de danos ao veículo ao acionar o seguro. Outro projeto, apresentado por ele próprio, garantia que as seguradoras apresentassem suas próprias oficinas referenciadas aos clientes. De acordo com o governo, a extinção do DPVAT tem como objetivo evitar fraudes e amenizar os custos de supervisão e de regulação do seguro por parte do setor público, atendendo a uma recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU).

Entenda o que é e como funciona o DPVAT

 

  • Criado em 1974, o Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT), mais conhecido como seguro obrigatório, é um seguro de caráter social que indeniza vítimas de acidentes de trânsito em todo o território brasileiro independentemente de quem for culpado.
  • A indenização é paga em casos de morte (valor de 13.500 reais), invalidez permanente (de 135 reais a 13.500 reais) e para o reembolso de despesas de assistência médica e suplementares (até 2.700 reais) por danos físicos causados por acidentes com veículos automotores de via terrestre ou por suas cargas. São considerados os acidentes de trânsito que envolvem carros, motos, caminhões, caminhonetes, ônibus e tratos – veículos sujeitos ao licenciamento do Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
  • Quaisquer vítimas de acidente de trânsito, sejam elas motoristas passageiros ou pedestres, podem ser contempladas com o seguro. O motorista, porém, deixa de ter o direito à indenização em um acidente de trânsito caso esteja inadimplente e seja o condutor do veículo no momento do sinistro.
  • Os pagamentos dos prêmios do seguro estão condicionados à categoria em que cada veículo se enquadra. Existem sete categorias, e o valor do prêmio varia entre 16,21 reais (automóveis particulares) a 84,58 reais (motocicletas, motonetas e similares).
  • Dos recursos arrecadados pelo seguro obrigatório, 50% vão para a União, sendo 45% para o Sistema Único de Saúde para custeio da assistência médico-hospitalar às vítimas de acidentes de trânsito, e 5% são para o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), para investimento em programas de educação e prevenção de acidentes de trânsito. Os outros 50% são direcionados para despesas, reservas e pagamento de indenizações.
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