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De saída da Anatel, executivo pede a Bolsonaro nomes técnicos na agência

Juarez Quadros sugere ao novo governo a escolha de pessoas com perfil técnico e 'totalmente livres' para compor o conselho do órgão

Por Estadão Conteúdo 2 nov 2018, 10h04

Se quiser dar prioridade ao setor de telecomunicações, é fundamental que o novo governo escolha pessoas que sejam “totalmente livres” para se dedicar à defesa do interesse público, disse o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Juarez Quadros, que deixa o cargo neste domingo, após pouco mais de dois anos à frente do órgão regulador.

Quadros cobra responsabilidade do governo de Jair Bolsonaro (PSL) na definição de políticas públicas para o setor. Essa missão, na avaliação dele, demanda muito tempo e dedicação, algo que nem todos podem oferecer, afirmou. Defendeu também que os futuros conselheiros da Anatel tenham perfil técnico, experiência em regulação, conhecimento do setor e, sobretudo, coragem e capacidade “para dizer sim e não, nunca talvez”.

Quadros tinha direito, mas não foi reconduzido para mais um mandato. O ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Gilberto Kassab, indicou o secretário da radiodifusão da pasta, Moisés Queiroz Moreira, para a presidência da Anatel.

Segundo ele, à agência reguladora cabe apenas aplicar as políticas públicas propostas pelo Executivo e aprovadas pelo Congresso, mas não criá-las. “A agência implementa o que é definido por meio de políticas públicas. Isso falta. São projetos de lei e projetos de decreto que não acontecem nem se concretizam. Isso faz com que a agência fique praticamente independente de finalizar certos procedimentos”, afirmou Quadros. “Já digo aqui o que se espera do novo governo, pois, do governo atual, é impossível agora, ao fim do mandato, se tentar fazer com que essas coisas andem.”

Quadros comparou a situação atual, de praticamente paralisia, com a de 20 anos atrás, quando o governo aprovou propostas que resultaram na privatização do setor de telecomunicações. “Posso reportar que, na reforma do setor, em 1997 e 1998, havia um empenho por parte do Executivo e dos legisladores para fazer com que a grande reforma acontecesse. Por sorte, ela aconteceu e hoje o setor está entregue aos investimentos da iniciativa privada”, afirmou Quadros.

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Ao longo do período à frente do órgão regulador, o novo marco regulatório das teles foi aprovado na Câmara, mas ficou praticamente paralisado por dois anos no Senado. Para ele, o governo deveria ter sido mais ativo na defesa do projeto. “Na hora que se conseguir pessoas que se dediquem de corpo e alma na busca de soluções, indo ao Congresso, negociando com os parlamentares, mostrando a necessidade, certamente haverá um novo cenário onde o interesse público vai prevalecer”, acrescentou.

Para Quadros, o então presidente do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), errou ao votar a proposta do novo marco regulatório do setor em uma comissão de forma expressa e enviá-la à Presidência, criando um problema para o atual presidente da Casa, Eunício Oliveira (MDB-CE). Dois anos depois, o projeto não andou e voltou à comissão de infraestrutura da Casa.

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