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Custo da indústria subiu 10,7% em um ano, diz CNI

Contribuíram para o resultado a alta dos custos de produção e do custo de capital

Por Pedro Gil 25 Maio 2023, 08h01

O Indicador de Custos Industriais (ICI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), apresentou aumento de 10,7% em 2022 na comparação com 2021. Dentre os componentes do índice, contribuíram para o resultado a alta dos custos de produção (14,4%) e do custo de capital (35,8%). A pesquisa mostra que houve queda de 13% do custo tributário nesse período devido às desonerações de PIS/Cofins sobre combustíveis e redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre alguns produtos industriais fabricados no Brasil. “Nos custos de produção, que incluem gastos com energia, pessoal e bens intermediários, pesaram a guerra na Ucrânia e o aumento nos preços de insumos e de commodities energéticas, principalmente nos dois primeiros trimestres de 2022. O terceiro e o quarto trimestres foram marcados pela influência de fatores internos no custo de produção, como o aumento dos custos com pessoal”, diz a economista Paula Verlangeiro.

Os dados mostram que a maioria dos componentes do índice começou a recuar no último trimestre do ano passado, mas a queda não reverteu a alta acumulada nos últimos dois anos, de 26,3%.

O custo com capital, medido pela taxa de juros para capital de giro, apresentou crescimento de 35,8% na comparação de 2022 com 2021. O aumento ocorreu devido aos sucessivos aumentos da taxa básica de juros (Selic), que subiu de 9,25% ao ano, no fechamento do quarto trimestre de 2021, para 13,75% ao ano, no fechamento do quarto trimestre de 2022.

As taxas de juros têm sido apontadas como problema relevante para a indústria brasileira, de acordo com a pesquisa Sondagem Industrial da CNI. O setor afirma que a Selic no patamar atual contribui para o encarecimento do custo do crédito para os empresários e influencia decisões como investimento e compra de maquinário.

O custo com energia aumentou 23% em 2022 em relação a 2021. O aumento é resultado da alta de todos os componentes do indicador: 35,1% para o óleo combustível, 58,4% para o gás natural e 1,2% para a energia elétrica no período. Na comparação do quarto com o terceiro trimestre de 2022, houve queda de 3,7% no custo de energia, após um longo período de aumento nos custos. Esse resultado ocorreu devido aos recuos de 8,5% no custo com óleo combustível e de 4,1% no custo com gás natural. Nesse período, energia elétrica subiu 0,5%.

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O custo com pessoal, medido pelo rendimento médio do trabalhador da indústria, aumentou 11,8% na comparação anual. Esse resultado pode ser explicado pelo avanço do número de pessoas ocupadas e pela recuperação do rendimento médio, fatores que marcaram o mercado de trabalho em 2022. As sucessivas altas do rendimento médio ao longo de 2022 geraram um aumento de 13,4% na massa salarial, enquanto o emprego avançou apenas 1,4% na comparação de 2022 com 2021.

O custo com bens intermediários, na comparação de 2022 com 2021, registrou aumento de 14,5%, puxado pelos aumentos dos custos de insumos importados (+15,2%) e bens intermediários nacionais (+14,4%). Entre os fatores que explicam esses aumentos de custos estão a guerra na Ucrânia e a desorganização das cadeias produtivas no pós-covid.

Na comparação do terceiro com o quarto trimestre de 2022, o custo com bens intermediários recuou 5,9%, impactado tanto pela queda nos custos com bens intermediários nacionais (-5,6%) como pela queda nos custos com bens intermediários importados (-7,6%). Esse é resultado do início do processo de normalização das cadeias de insumos nos últimos trimestres de 2022.

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