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Crescimento em 2021 está condicionado ao ajuste fiscal e reformas, diz BC

Em relatório de inflação, BC projeta PIB em 2021 em 3,8% e afirma que crise sanitária continua a ter influência; em 2020, recuo deve ficar em -4,4%

Por Larissa Quintino Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 dez 2020, 10h15 - Publicado em 17 dez 2020, 09h55

A recuperação da economia brasileira após o choque causado pela Covid-19 no segundo trimestre deve resultar em um Produto Interno Bruto de -4,4% neste ano. Essa é a estimativa do Banco Central, divulgada nesta quinta-feira, 17, no relatório trimestral de inflação. De acordo com o documento, a perspectiva leva em consideração a forte recuperação do PIB no terceiro trimestre (+7,7%). Para 2021, o BC estima um crescimento de 3,8%. O BC informou que essa estimativa está condicionada ao “arrefecimento gradual da crise sanitária”. O fim dos auxílios do governo junto com o aumento das infecções por Covid-19 gera incerteza sobre o comportamento da economia. No relatório anterior, em setembro, o BC estimava PIB em -5% para 2020 e +3,9% para 2021.

Além do comportamento da pandemia, a projeção para o próximo ano está condicionada à manutenção do ajuste nas contas públicas e à continuidade das reformas. Esta última etapa, até o momento, está estacionada no Congresso. O alerta é importante para a retomada da agenda econômica do país. Com a incerteza sobre o comportamento da pandemia e a vacinação, que segundo BC traz uma perspectiva de normalização no curto prazo, fazer o “dever de casa” é cada dia mais importante. “Em parte, essa revisão reflete a antecipação da recuperação econômica esperada, ao menos para alguns setores e componentes da demanda, para o ano de 2020. Por outro lado, o menor crescimento trimestral também é consequência da recuperação mais lenta do mercado de trabalho e dos índices de mobilidade”.

Pra este ano, a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia “permanece acima da usual, sobretudo para o período a partir do final deste ano, concomitantemente ao esperado arrefecimento dos efeitos dos auxílios emergenciais”. O auxílio emergencial, que serviu como um “colchão” para segurar o impacto que a Covid-19 trouxe para a economia passou a pagar parcelas adicionais de 300 reais (após cinco pagamentos de 600 reais) e deve acabar junto com 2020. Nesta semana, a Caixa Econômica Federal começou a pagar as últimas parcelas aos beneficiários.

A previsão do BC está em linha com as perspectivas do mercado financeiro e do governo. O Boletim Focus desta semana estima PIB em -4,41% e o governo -4,5%. A projeção, entretanto, é melhor que de organismos externos como a OCDE (-6%), FMI (-5,8%) e Banco Mundial (-5,4%).

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No relatório, o BC reduz a perspectiva de consumo das famílias e investimentos para o próximo ano. “A recuperação mais moderada do mercado do trabalho e o movimento recente dos indicadores de mobilidade influenciaram a menor estimativa para o consumo das famílias, particularmente ao afetar os resultados esperados para o início do ano. Soma-se a esses fatores o já esperado arrefecimento dos efeitos dos auxílios emergenciais (…) enquanto o recuo no crescimento esperado da FBCF reflete perspectiva de antecipação, para 2020, de parte do crescimento anteriormente previsto”.

Inflação

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Assim como no comunicado e ata do Copom, o BC voltou a tratar a alta dos preços em 2020 como temporária. Houve revisão significativa para o IPCA neste ano: a projeção do indicador subiu de 2,1% (em setembro) para 4,3%. O dado está acima da meta central de inflação, de 4%, mas dentro da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo

“As últimas leituras de inflação foram acima do esperado e, em dezembro, apesar do arrefecimento previsto para os preços dos alimentos, a inflação ainda deve se mostrar elevada. Apesar da pressão inflacionária mais forte no curto prazo, as diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se em níveis compatíveis com o cumprimento da meta para a inflação no horizonte relevante para a política monetária.”

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Para 2021 e 2022, no cenário de mercado (Selic e câmbio projetados pelos bancos), o Banco Central projetou uma inflação de 3,4% para os os dois anos. Em setembro, a instituição estimava uma inflação de 2,9% para 2021 e de 3,3% para 2022. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%. Em 20022, o objetivo central é de 3,5%.

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