Consumidor brasileiro ‘desapareceu’ do comércio
Pesquisa da consultoria Advisia OC&C mostra que 67% das redes varejistas do país tiveram queda na frequência de clientes este ano em relação a 2013
O Brasil foi o país que mais sentiu o “desaparecimento” dos consumidores do comércio. É o que mostra pesquisa da consultoria em gestão Advisia OC&C, publicada pelo jornal Valor Econômico. Segundo o levantamento, 67% das redes varejistas do país tiveram queda na frequência de clientes este ano em relação a 2013. Além disso, 54% dos consumidores do país reduziram a frequência no varejo com o objetivo de gastar menos. O levantamento, feito em 10 países, com 32.000 pessoas, sendo 2.000 brasileiros, avaliou todas as camadas de renda (de A a E), com pesos iguais para cada uma.
Considerando a taxa de 67% das lojas que tiveram queda na frequência de clientes, é possível afirmar que 33 das 50 redes tiveram redução no número de visitas. Entre elas, estão líderes de mercado como Casas Bahia, Magazine Luiza, Carrefour e Walmart. A pesquisa ainda aponta que apenas 15% informaram ter aumentado o número de visitas. Destes, 80% disseram que isso ocorreu trocaram de loja para buscar uma melhor relação de custo benefício.
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A queda na confiança da economia é apontada como principal fator que explica o afastamento dos clientes das lojas. “A perda de confiança reflete questões práticas como dúvidas se o consumidor terá ou não emprego em 2015, e se conseguirá manter a renda da família”, afirmou ao jornal Daniel Wada, sócio da Advisia OC&C. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) atingiu em novembro deste ano, o pior patamar desde dezembro de 2008 (95,3 pontos), segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). De janeiro a outubro, o volume de vendas do varejo subiu 2,5%, o menor desde 2004.
O principal segmento afetado pela redução do número de clientes foi o de eletrodomésticos e móveis (34%), seguido de vestuário e calçados (31%), supermercados (25%) e saúde e cosméticos (23%).
A França é o segundo país com maior número de varejistas com queda em frequência de clientes (35%), seguida de Alemanha (31%). Já nos Estados Unidos, apenas 1% das redes de varejistas foram citadas como locais onde os clientes tem frequentado menos. Por outro lado, 46% das lojas americanas tiveram aumento da frequência.