Consultas de empresas ao BNDES caem 13,9% no 1º trimestre
Diminuição do número de consultas deve levar à queda de desembolsos neste ano, segundo especialistas
Reflexo do pífio crescimento econômico, o número de consultas por empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) caiu 13,9% no primeiro trimestre deste ano, segundo estudo do Instituto de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). Ao todo, essas consultas – a primeira fase para o desembolso de recursos – somaram 47,2 bilhões de reais entre janeiro e março. Este patamar é semelhante aos números de 2007 e 2008, anos de crise financeira mundial.
O recuo das consultas ao BNDES reflete os baixos índices de confiança na economia, tanto entre empresários como entre consumidores: sem perspectivas de crescimento, os empresários resistem a expandir sua produção.
Além das consultas, os enquadramentos (quando o projeto foi aceito para ser analisado) e as aprovações de empréstimos também caíram nos três primeiros meses do ano. Contudo, os desembolsos de recursos já aprovados cresceram – de 18,3% para 20,5% da formação bruta de capital fixo (FBCF, a conta dos investimentos no PIB) – e chegaram a 3,6% do PIB no período, contra 3,3% em 2013. Contudo, economistas acreditam que o desembolso tende a cair, refletindo a diminuição das consultas. Para o pesquisador do Ibre/FGV e autor do estudo, Gabriel Leal de Barros, o ritmo dessa queda dos empréstimos dependerá de como a economia se comportará este ano.
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(com Estadão Conteúdo)